Revista da ESPM JAN-FEV_2007

religiosamente. Em contrapartida, há também autores que apresentam uma visão extremamente cáustica acerca da religião e da espiritualidade no LT associando-a comelementos pessoais, irracionais e emocionais que foramba- nidos destes ambientes (por exemplo, Graber e Johnson, 2001). No entanto, as evidências vão numa outra direção onde os ganhos são mais claramente perceptíveis. Demonstrando larga visão, Lama (2000) confessa que chegou à con- clusão de que não importa se uma pes- soa é adepta de uma crença religiosa ou não. Segundo ele, o que de fato importa é que uma pessoa seja boa. Ele lembra que a influência da religião nas vidas das pessoas é normalmente marginal, especialmente no consi- derado mundo desenvolvido. Na sua opinião, se considerarmos as religiões sob uma perspectiva mais ampla, no- taremos que elas – ou seja, o Budismo, Cristianismo, Hinduísmo, Islamismo, Judaísmo, Siquismo, Zoroastrismo, entre outras – objetivam ajudar o homem a alcançar a felicidade dura- doura. Como todas são capazes de tal feito, sustenta o autor, demonstrando, a propósito, grande sabedoria, é desejável e útil que haja uma grande variedade de religiões promovendo os mesmos valores básicos. Portanto, a religião, sob esse prisma, temumpapel – quando não deturpado – de divulgadora de valores e condutas morais elevadas. Na verdade, essa foi sempre a sua missão, ou em outras palavras, o de inspirar o homem para o bem. Infelizmente, ao longo do tempo, algumas seitas distorceram seus propósitos iniciais. Assim, o mal está, efetivamente, na prática cega e intransigente das religiões (ou de líderes religiosos) que toldam a visão e sobretudo o raciocínio dos seus profitentes. Porém, quando confinada à sua missão básica de pregar a fé e o progresso do espírito, a religião está, sem dúvida, contribuindo para a evo- lução da humanidade. Lama (2000) considera tambémque a religião está relacionada coma crença no direito à salvação pregada por qualquer tradição de fé, alicerçada na aceitaçãode alguma forma de realidade metafísica ou sobrenatural, podendo até incluir uma idéia de paraíso ou nirvana . Associados a isso estão ensinamentos ou dogmas religiosos, rituais, orações e assim por diante. Já a espiritualidade está relacionada com aquelas quali- dades do espírito humano, tais como: amor, bondade, compaixão, paciência, tolerância, capacidade de perdoar, alegria, responsabilidade, integridade, noção de harmonia – que geram fe- v O objetivo, mais do que o caminho v Destinada ao indivíduo; uma jornada pessoal, particular v Contém elementos comuns a todas as religiões (amor, crença, regras básicas e assim por diante) v Uma aventura em direção à nossa origem individual v Um estado, além dos sentidos (além até mesmo do pensamento) v Investigação em direção ao EU verdadeiro. v A transição da incerteza para a clareza QUADRO 2 - DIFERENÇAS ENTRE RELIGIÃO E ESPIRITUALIDADE v Produto de um determinado tempo local v Destinada a um grupo v Concentra-se mais no caminho para o objetivo; códi- gos de conduta v Um sistema de pensamento v Um conjunto de crenças, rituais e cerimônias destinado a ajudar no progresso ao longo do caminho v Instituições e organizações v Uma comunidade para compartilhar os fardos e as alegrias da vida v Um modo de vida Espiritualidade no ambiente de trabalho 116 R E V I S T A D A E S P M – JANEIRO / FEVEREIRO DE 2007 RELIGIÃO ESPIRITUALIDADE

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