Revista da ESPM JAN-FEV_2007

Orivaldo O. Gallasso M A I O / J U N H O D E 2 0 0 6 – REVISTA DA ESPM ES PM do sentimento – e a retórica – a palavra colorida e vazia, para efeito de manipu- lação da vontade. A espiritualidade é fundamento e ins- piração da Cultura Organizacional. A empresa que vivencia a espiritualidade não é uma concepção utópica, fadada ao insucesso, distante da realidade de mercado. Pelo contrário, só com espiri- tualidade a empresa realiza o lucro sus- tentado e se perpetua, o que é o objetivo de toda organização. Empresa com Alma pode ser definida como aquela que busca resultados atra- vés da valorização humana, explicitada através da competência e da espirituali- dade. Ser competente é essencial, pois a incompetência, comomatrizde injustiça social,acabapordesmoralizaraféegerar aaridezdoespírito. Ser competenteéde- safio de vida. Uma empresa competente é a que tem consciência de sua alma, expressa pelos valores existenciais que compõemsua identidade cultural. Essa a força que a sustém como uma organiza- çãodequalidade, através daqual projeta sua imagem pública. Há indicadores claros que denunciam a perda de alma de uma organização, as- simcomosãoevidentesas identificações da empresa que preserva e desenvolve suaAlma. A sociedade dos executivos mortos PEDRO ERNESTO FERNANDES pág. 76 Haverá vida após a morte? E, se houver, será que em algum lugar desconhecido se reúnem as diretorias de empresas que não foram felizes nos negócios? A partir dessas especulações metafísicas, o au- tor transmite uma mensagem que não deixa de ser surpreendente: mais do que as obrigações perante os acionistas, os dirigentes de empresas respondempelos seus atos ao tribunal da eternidade. Espiritualidade nas organizações: nova era e negócios LIVIA BARBOSA pág. 80 Práticas esotéricas, como numerologia empresarial e mapa astral, cristais, in- censos e treinamento de auto-ajuda são muitos dos novos agentes que passaram a fazer parte da rotina das organizações a partir demeados da década de oitenta. Onde antes, aparentemente, só existiam números, tabelas e gráfico no processo decisório hoje existem afirmações que visam aumentar a eficácia desses méto- dos e transformar a realidade através de afirmações do tipo “eu posso...”, “eume liberto...”, que possibilitam até caminha- das sobre brasas. Como estas práticas se relacionam com as várias dimensões das organizações? Como explicá-las no contexto da sociedade contemporânea? Estas são algumas das questões tratadas neste artigo. O marketing da complexidade: por que os deuses devem estar loucos VALÉRIA RAVIER pág. 86 O artigo propõe uma releitura do mito de Sísifo, cuja inteligência e subterfúgios representavam, de acordo com o relato original, umsinal inequívocoda rebeldia do homem diante das determinações divinas. Pela sua audácia Zeus o conde- nou a um castigo exemplar: empurrar eternamente, montanha acima, uma pedra que imediatamente rolava ladeira abaixo. Movido por uma coragem cuja motivação é motivo de curiosidade até os dias atuais, oherói encarava sua tarefa dia após dia, vendo a pedra cair a cada tentativa. Espiritualidade no ambiente de trabalho: muito além do fad-management ANSELMO FERREIRA VASCONCELOS pág. 110 Muitos tabus estão sendo quebrados no ambiente de trabalho (AT). Felizmente, muitas coisas surgiram para melhor, embora ainda existam outras tantas causando-nos enorme perplexidade. O presente artigo explora a idéia de espiritualidade no ambiente de trabalho (EAT). Mais especificamente, tenta-se responder se EAT é mais uma proposta do fad-management como tantas outras ferramentas e filosofias de gestão. Com base numa ampla revisão bibliográfica admite-se que migrar de um padrão as- sentado no materialismo exacerbado e na busca de lucro inconseqüente para a proposta espiritualizante envolve a superação de gigantescos obstáculos. Entretanto,seasdificuldadessãoconside- ráveis, as recompensas aparentemente também o são. Conclui-se que para as pessoas e as organizações a abordagem espiritual representa, aoque tudo indica, um enorme salto qualitativo ou uma quebra de padrão numa direção nunca antes cogitada. 143 JANEIRO / FEVEREIRO DE 2 07 – R V I S T A D A E S P M

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