Revista da ESPM JAN-FEV_2007
24 R E V I S T A D A E S P M – JANEIRO / FEVEREIRO DE 2007 Entrevista naflorestaporqueeledeixaumrastro; é fácil seguir um peixe que nada porque ele segue uma direção; é impossível acompanhar um dragão que voa livre nos céus”. A avaliação nos levaria à conclusão de que o jovem Confúcio reviu inteiramente tudo o que pensava, se reconhecera uma tal sabedoria em LaoTsé.Oextraordináriodessa história équeConfúciocontinuouperseguindo exatamenteocaminhoque traçarapara si – reverenciando sempre a sabedoria de LaoTsé. QuandoConfúcio abaixa a cabeça e se curva em agradecimento, é porque percebeu: “este homem está certo; eu também. O fato de ele pensar diferente de mim e estar certo não im- plica em que eu, pensando diferente, precise estar errado. A China precisa de nós dois”. GRACIOSO – Que conselho você daria aos nossos homens de negócios, empresários que queiram ir um pouco além do imediatismo, que queiram enriquecer as suas vidas e de suas empresas e, entretanto, como você bem disse, no princípio, não deixar de lado o princípio do lucro, que é importante para que até as boas ações sejam realizadas? GUSTAVO – Não ousaria chamar de conselho. Gostaria de pensar em voz alta com esses empresários a quem vamos nos dirigir, e por isso volto àquela frase que intitula a obra do Sr. Matsushita, quandodiz: “Nãovivemos, só do pão”. Todos precisamos acordar para isso. Só com o pão o ser humano não se realiza plenamente. Não será feliz, não poderá ver florescer quem ele é capaz de ser. Algo sempre fal- tará se nos restringirmos à busca do pão. Nossas vidas precisam ter um sentido maior, que nos transcenda a nós mesmos como indivíduo e nos mostre que participamos da aventura de um tempo – a época em que vive- mos – e trouxemos uma contribuição, que foi útil para além de cada um de nós, e a todos aqueles que puderam usufruir disto – seja um sorriso, numa hora difícil, seja um alento, o que quer que tenhamos, pelo menos, intentado fazer da melhor maneira possível para que seja útil ao nosso semelhante. O produto que entregamos, o serviço que prestamos, que possa ser o me- lhor de nós, ofertado em qualidade ao nosso semelhante. E, na medida em que o vemos podendo usufruir do que soubemos criar, descobrimos que estamos sendo úteis, estamos dando sentido a esta passagem breve por esta condição em que agora nos encontra- mos. Todo ser humano precisa de um sentido maior para a sua vida. E o que eu gostaria de pensar, para as empresas “É impossível acompanhar um dragão que voa livre nos céus”. Confúcio disse: “a China precisa de nós dois”. F
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