Revista da ESPM JAN-FEV_2007

31 JANEIRO / FEVEREIRO DE 2007 – R E V I S T A D A E S P M Celso Nucci Trabalhei por muitos anos em uma grande empresa brasileira, compa- nhia de ponta em sua especialidade, cuja característica marcante era ser muito boa naquilo que fazia. Pairava no ambiente de trabalho uma visão materialista, orgulhosa da alta qualidade produzida, colorida de presunção e arrogância. Era uma empresa em que as chefias tinham um alto grau de liberdade, essas pessoas, portanto, se divertiam no trabalho. De outro lado havia muitas pessoas infelizes, geralmente chefia- das pelos felizes. Eu participava ativamente dessa vida; por muitos anos fui feliz ali, mas sempre com uma ponta de preocupação por conviver com esse paradoxo entre felicidade de uns pou- cos e infelicidade de muitos outros no mesmo ambiente de trabalho. Aquela era uma empresa “dura”. Cultivava a superior qualidade de seus produtos e tratava seus funcionários com uma correção formal perfeita. Mas permitia que chefias criassem verdadeiros in- fernos particulares ou departamentais para seus funcionários. Era materia- lista na acepção da palavra. Aquela empresa precisava desabrochar o seu espírito. Ao longo do tempo fui trabalhando o meu processo pessoal de aper-

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