Revista da ESPM JAN-FEV_2007

36 R E V I S T A D A E S P M – JANEIRO / FEVEREIRO DE 2007 A influência das religiões sobre as empresas 1. O PROBLEMA De que maneira uma religião pode condicionar o funcionamento de uma empresa? Eis uma pergunta ao mesmo tempo trivial e sur- preendente. Trivial, porque não há razão aparente para que diferentes setores da socie- dade não possam interagir uns com os outros. Por que não seria possível que a religião agisse sobre omecanis- mo de uma empresa? E por que o mundo empresarial não poderia repercutir sobre uma religião? Se ig- norarmos essa questão, correremos o risco de não compreendermos a essência de uma sociedade e, tam- bém, de atribuirmos tanto às empre- sas como às religiões a condição de um império dentro de outro. Surpreendente porque, como as questões anteriores indicam, não se trata aqui de proteger tais ins- tituições, como se fosse preciso sacralizá-las e, assim, isolá-las do restante de outras instâncias sociais, recusando-se em pensá-las em sua socialidade, insistindo em sua pre- tensa autonomia. A especificidade de uma instituição não significa que ela seja autônoma; apenas diferente. A INFLUÊNCIA DA RELIGIÃO SOBRE AS EMPRESAS

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