Revista da ESPM JAN-FEV_2007

38 R E V I S T A D A E S P M – JANEIRO / FEVEREIRO DE 2007 A influência das religiões sobre as empresas a ligação entre superestrutura re- ligiosa e infra-estrutura econômica; seja quanto à epistemologia, pois Weber vê a sociedade como sendo governada por uma causalidade múltipla e complexa, enquanto Marx acredita numa causa simples e única: o fator econômico. É essa ruptura weberiana que nos permite adentrar o campo da pesquisa e encararmos a complexidade social com menos dogmatismo e simplificação. Weber parte do princípio que os fundamentos do capitalismo já podiam ser encontrados nas socie- dades babilônica, romana, chinesa e indiana. Mas para, a partir dos fundamentos, chegar até o verda- deiro capitalismo, foi necessário um longo trajeto, não percorrido por essas sociedades, que só foi levado a cabo pela sociedade ocidental e se caracterizou pela racionalização. Por qual razão, fatores, que se man- tiveram embrionários durante tanto tempo puderam se desenvolver no Ocidente? Não é possível buscar- mos uma razão exclusivamente econômica, pois como explicar que fragmentos pré-capitalistas tenham dado origem, num caso, ao capi- talismo moderno e, noutro, a nada de radicalmente novo, economi- camente falando. Foi a partir disso que Weber criou a hipótese de que fatores não econômicos tenham per- mitido o surgimento do capitalismo moderno: “O maior problema colo- cado pela expansão do capitalismo não é quanto à origem do capital, mas refere-se ao desenvolvimento do espírito capitalista” 1 . E, no topo desses fatores, encontramos o ethos protestante, ou seja, a maneira de viver e pensar dos protestantes. A partir de então temos uma série de causas, que compõem uma rede aberta e maleável, com três níveis: o ethos de uma religião, o espírito de uma economia e a infra-estrutura econômica dessa economia. Pas- samos então de um materialismo marxista a uma causalidade comple- xa weberiana, que cede espaço e autonomia à superestrutura, na me- dida em que esta se traduz em atos, ações, modalidades de trabalho, estruturas e instituições. Como isso acontece?Weber destaca o importante papel desempenhado pelos calvinistas nos Países Baixos, pelos pietistas, metodistas e batistas, cuja vida é pautada pelo ascetismo puritano. Mesmo partindo de pres- supostos teológicos diversos, esses protestantes têm modos de pensar Weber vê a sociedade como sendo governada por uma causalidade múltipla e complexa, enquanto Marx acredi- ta numa causa simples e única: o fator econômico. Como isso acontece? We- ber destaca o importante papel desempenhado pelos calvinistas nos Paí- ses Baixos, pelos pietistas, metodistas e batistas, cuja vida é pautada pelo ascetismo puritano. F F A influência da ão sobre as e presas

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