Revista da ESPM JAN-FEV_2007
72 R E V I S T A D A E S P M – JANEIRO / FEVEREIRO DE 2007 Os valores, que formam a identidade grupal e geram comprometimento com obje- tivos comuns, correm o risco, todavia, de serem neutraliza- dos diante das seduções dos crescentes ganhos imediatis- tas ou das crises da conjun- tura adversa. Face à adversidade, ao invés de apoi- ar-se nos valores, encontrando aí o sustento na integração e coesão das equipes, muitos insensatos passam por cima deles em táticas de guerra. A realidade crítica é posta como forte racionalização para justificar novas crenças: é preciso ter garra, ser agressivo, ter competitividade. A linguagem passa a possuir colorido destrutivo. Significa que a empresa perdeu sua alma? Provavelmente, está perdendo, ao aprisioná-la em seus subterrâneos. Surge, então, a empresa aventureira em um mercado selvagem. O mercado é selvagem porque a empresa não exerce sobre ele sua ação transformadora (essa é uma tese que precisa ser aprofundada, o que faremos, em outra ocasião – a Missão transformadora da empresa). Diante de uma situação hostil ado- tam-se atitudes escapistas e suicidas, através de afirmações freqüentes, do tipo “empresa é isso mesmo...”, “mercado é campo de batalha”, “a concorrência deve ser eliminada”, “baixar custo a qualquer custo”. O que, no final, induz a omissões, conformações, frustrações. Para fazer o jogo da situação, não há necessidade de talento e competên- cia, só de esperteza e de certo grau de irresponsabilidade social. O re- F Ao contrário, o obso- letismo organizacional, a desmotivação humana, o estilo autoritário e a falta de liberdade para criar e decidir moldam o cenário da empresa que vai per- dendo sua alma, aprisiona- da nos porões sombrios, onde o sol não entra, por conta do individualismo e da fragmentação. F sultado é a desvalorização humana, camuflada por algumas políticas balsâmicas. Há indicadores claros que denunciam a perda de alma de uma organização, assim como são evidentes as identificações da empresa que preserva e desenvolve sua Alma. INDICADORES DA EMPRESA SEM ALMA E DA EMPRESA COM ALMA Cultura em renovação contínua e descentralização do poder são os indicadores básicos à empresa com alma, só viáveis com valorização humana e competência.
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