Revista da ESPM JAN-FEV_2007

92 R E V I S T A D A E S P M – JANEIRO / FEVEREIRO DE 2007 segundo tem de ser aproveitado ao máximo. A concretude cronológica perde importância e o seu tempo ganha uma dimensão mais sub- jetiva do que nunca. Nosso herói quer a intensidade de uma vida tecnologicamente alavancada e surpreende-se fazendo mil coisas ao mesmo tempo, mas se sente tam- bém seduzido pela possibilidade de vivenciar momentos de calmaria e de maior contato com a natureza. Por isso fica de queixo caído diante do marketing de preservação. Por experiência própria perdeu toda esperança nas grandes utopias que caracterizaram o século XX, mas precisa dar vazão aos seus impulsos políticos e o faz através do con- sumo, exigindo das empresas um VALÉRIA RAVIER vravier@uol.com.br Professora da ESPM-SP e consultora; doutora em Antropologia do Consumo, pela PUC-SP e aluna do MBA Executivo em Marketing da ESPM-SP. - ES PM F passagempelos pontos-de-venda, que tendem a ser lugares diferenciados, cheios de encantos sensoriais e de mimos, impregnados de marketing de sensações. Comprar é, para o nosso herói, muito mais do que despender recursos. É embarcar numa experiên- cia única e sedutora durante a qual espera ser considerado, cuidado e, no melhor dos casos, surpreendido com novos desfechos para a sua in- terminável história. F Sabe que a sua árdua tarefa é para o resto da eternidade e por isso é encanado com a saúde, a aparência física e a qualidade de vida, desta- cando a importância do marketing esportivo. Nosso herói quer a inten- sidade de uma vida tecno- logicamente alavancada e surpreende-se fazendo mil coisas ao mesmo tempo, mas se sente também seduzido pela possibili- dade de vivenciar momen- tos de calmaria e de maior contato com a natureza. Por isso fica de queixo caído diante do marketing de preservação. marketing de responsabilidade que denote coerência entre o que dizem e o que fazem, acrescentando com isso marketing de compromisso. Solicita, enfaticamente, marketing verde, societal e social, esperando que os valores vinculados às mar- cas que consome estejam mais alinhados com a ética do futuro, envolvendo a preservação do meio ambiente, a democratização das relações e o respeito pelo ser hu- mano. Sabe que a sua árdua tarefa é para o resto da eternidade e por isso é encanado com a saúde, a aparência física e a qualidade de vida, desta- cando a importância do marketing esportivo. Nem por isso deixa de se deliciar com pequenos momentos de prazer advindos de atitudes mais permissivas e estimulados pelo mar- keting de indulgências. Quer prazer e o marketing de sensações não deixa de lembrá-lo que o momento é agora. Por conta do peso que car- rega nas costas não se importa em gastar um pouco mais para obter experiências únicas, por isso en- tende perfeitamente as mensagens do marketing premium . A sede por experiência, aliás, é um traço constante. Consumir não é para ele, de maneira alguma, um ato em si, mas a oportunidade de uma vivência que tende a se per- petuar. Produtos ou serviços que o transportem para além do momento da compra são procurados e valori- zados e isso vale tanto para a sua utilização quanto para a simples BIBLIOGRAFIA MORIN , Edgar. A religação dos saberes . Rio de Janeiro. Ed. Bertrand Brasil, 2001. ___________ Um ano Sísifo . Lisboa. Ed. Europa-América, 1998. 2 O Marketing da complexidade

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