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10 outubro | novembro | dezembro 2014 Uma boa instituição pode melhorar outra o horário eleitoral gratuito é uma instituição demo- crática saudável. Ele garante à sociedade acesso às propos- tas de candidatos aos cargos públicos independentemente do poder econômico de cada um deles. Nos Estados Unidos, um grande ícone do jornalismo, Walter Cronkite, liderou por décadas uma campanha pela instituição de sistema parecido para diminuir a influência do capital sobre as urnas. Mas a cada dois anos amaioria dos brasileiros se queixa, com razão, do que partidos e políticos lhe mostram todos os dias nesse espaço, ocupado em geral não por ideias, mas por mentiras, calúnias, mistificações. É comum surgirem propostas bienais para remediar o problema. Este ano, por exemplo, José Dias Toffoli, jovem e hiperativo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), prometeu providências, na velha lógica brasileira de que legislar é a solução. tudo em dia carlos eduardo lins da silva Disse que vai mandar ao Congresso proposta para redu- zir pelametade o período da campanha e proibir trucagens e efeitos especiais na propaganda. Em 1976, a Lei Falcão foi radical nessa linha: permitiu à propaganda só nome, foto, partido, número e súmula biográfica do candidato. DiasToffoli tambémquer interferirna ciênciaestatísticae impormargensfixasdeerroàspesquisasde intençãodevoto. Além de prometer, o TSE também agiu para garantir, à moda dos ditadores, o bom nível da propaganda: proibiu a reprodução na propaganda eleitoral de artigos e repor- tagens publicados na imprensa. Nenhum problema complexo no âmbito do debate público se resolve com leis ou censura. Mas uma insti- tuição importante e boa pode ser aperfeiçoada pelo tra- balho de outra instituição de qualidade similar. Omelhor corretor da propaganda eleitoral enganosa é o trabalho aplicado da imprensa independente. Os veícu- Maurício Planel

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