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12 outubro | novembro | dezembro 2014 informação e cidadania Novidades na pesquisa uma frase “Temos pesquisas commargens de erro diferentes. Talvez isso devesse ser padronizado para evitar que se comparem alhos combugalhos” (José Dias Toffoli, presidente do TSE, em 22 de outubro, na escalada de ameaças à liberdade de informação jornalística em nome da eliminação de “influências” sobre o eleitorado) três estudos recentes ajudam a entender como a cidadania e os veícu- los jornalísticos interagemnoambiente multimídia do século 21. Excesso de espuma Jonathan Scott, DavidMillard e Pau- line Leonard, daUniversidade de Sou- thampton, no Reino Unido, examina- ram 32 “sistemas de mídia” – inclu- sive Reddit, Slashdot ,YouTube, CNN, iReport e The Guardian – para che- car se, de fato, como se supõe, tem aumentado a participação de cidadãos na produção e discussão de notícias sobre políticas públicas. Concluíram que “a realidade é mais desaponta- dora” do que o discurso presumido. Os veículos mais recentes são majo- ritariamente “canais de distribuição” de informações, como os tradicionais. Mesmo os especificamente lança- dos para “criar uma rota para a notí- cia gerada pelo cidadão obter desta- que”, como iReport e uReport, “têm resultados muito limitados”, segundo o trabalho, publicado na revista Digi- tal Journalism . Geleia geral D. Jasun Carr, Matthew Barnidge, ByungGuLee e Stephanie JeanTsang fizeram uma pesquisa com 184 pes- soas divididas nas categorias “cético” e “não cético”, de acordo com sua ati- tude anterior em relação a veículos jornalísticos para ver como elas rea- giriam a notícias produzidas por veí- culos comprometidos com “jorna- lismo cidadão” e outros tradicionais. Concluíram que as pessoas, de modo geral, não conseguiam distinguir um grupo de veículos do outro. “A noção de que os céticos se reengajariam no jornalismo se ele fosse produzido por amadores é apenas uma esperança”, dizemno estudo, publicado na revista Journalism &Mass Communication . Correção digital KellieRiordan, doReuters Institute da Universidade de Oxford, examinou o conteúdo de três veículos tradicionais ( The Guardian , The New York Times e BBC) e três digitais (Vice, Quartz e BuzzFeed) para comparar práticas éti- cas e de transparência de cada grupo. Concluiu que, apesar das boas inten- ções, especialmente do site Quartz, a pressa e o vigor dos digitais os levam a correr riscos sérios nos campos de correção, acurácia e imparcialidade. Mas acredita que uma “terceira via” pode emergir da fusão de princípios do jornalismo tradicional e digital. ■ AUTORREGULAÇÃO Britânicos testam seu novomodelo depois do terremoto do escândalo que levou ao fim do tabloide News of the World , pôs vários editores na cadeia e gerou um longo processo de expiação de culpas da categoria jornalística britânica, começa a ser testado o sistema desenhado pela célebre Comissão Leveson, constituída para tentar solucionar os graves problemas éticos que assolavam a atividade no Reino Unido. A Ipso (Independent Press Standards Organisation), entidade criada para regular os abusos da imprensa, está diante de seu primeiro caso sério, contra o jornal Sunday Mirror , que publicou fotos íntimas de um ministro do governo nacional mandadas por ele via internet a uma suposta garota de programa, que na realidade era um repórter que se fazia passar por mulher. O editor do semanário defende a decisão de publicar a matéria com o argumento de que ela serve ao interesse público e de que autoridades de governo têm menos direito a privacidade que cidadãos comuns. Mas os críticos acham que a Ipso deve punir o Mirror para provar que as coisas mudaram e que subterfúgios e disfarces não são meios jornalísticos aceitáveis, mesmo que os fins possam ser justificáveis. ■

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