RJESPM 11
revista de jornalismo ESPM | cJR 15 são para usá-lo e até que ponto o com- partilhamento do material em redes sociais é ético ou justo. Há pouco, colegas do Tow Cen- ter for Digital Journalism (parte da Faculdade de Jornalismo daColumbia University) publicaramum excelente artigo intitulado “Amateur Video: A Global Study of User-Generated Con- tent in TV and Online News Output” (Vídeo Amador: Estudo Global de Conteúdo Gerado por Usuários no Noticiário na TV e na Internet, em tradução livre). Os dois autores prin- cipais são Claire Wardle, que veio da Cardiff University, no Reino Unido (onde fez um grande estudo sobre o CGU para a BBC), e Sam Dubber- ley, ex-diretor da European News Exchange (Enex). Os resultados da pesquisa são interessantes e levam a um questionamento do modelo não estruturado que é adotado atualmente por emissoras de TV para decidir se devem, e como, utilizar o CGU – cada qual pautada por políticas e protoco- los próprios, idiossincráticos. Para entender a importância da questão, é crucial observar a rapidez com que o ecossistema jornalístico mudou. Até pouco tempo, profissio- nais do jornalismo e muitos telespec- tadores teriam torcido o nariz para a qualidade do CGU, sobretudo quando produzido com um celular: “Por que usar umvídeodesses?Quemteria inte- resse emvê-lo?”. Segundo o estudo, no entanto, a típica reação hoje é outra: “Quando um fato importante ocorre, todo mundo corre atrás do CGU”. O público – incluindo o telespectador do noticiário televisivo, acostumado à alta qualidade de imagens, som, edição e efeitos especiais – já provou que vai assistir a um CGU se a narrativa for instigante. É sópensar emvídeos sobre a Síria gravados por manifestantes, grupos insurgentes ou até pelo Estado islâmico. Basta olhar as imagens sobre a crise do ebola na África, produzi- das em grande medida por médicos, ONGs e voluntários. Ou no conflito na Ucrânia – ou numa série de outros episódios. O CGU veio para ficar, é amplamente aceito, tem apelo para um público mais jovem, mais móvel – e, por conseguinte, para anuncian- tes. Ou seja, para seguir relevante, o jornalismo televisivo vai ter de apren- der a criar políticas e protocolos que Mídia ninja Marca da cobertura em tempo real, vídeos gravados por smartphones foram usados pelo Mídia Ninja durante os protestos de junho de 2013
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