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22 outubro | novembro | dezembro 2014 Você já ouviu falar em Elise Andrew? Ela ama ciência pra cacete, nunca frequentou o que você chama de velha mídia e tem mais de 18 milhões de seguidores no Facebook por alexis sobel fitts pensandobem , eupoderia ter ignorado a foto que apareceu nomeu Facebook num domingo preguiçoso dois anos atrás. O título era simplesmente “Sand Under a 250xMagnification” (“Grãos de Areia Ampliados 250 Vezes”). Que brega, pensei. Só fui perceber que me inclinara para examinar a fotode perto quando meu nariz tocou a tela. Cada grão parecia a obra diminuta de um escultor – bulbos de cerâmica em fúc- sia, laranja e bege. O caráter deslum- brante da imagemchegava a constran- ger, mas o resultado era inegavelmente belo – algo comque pareciamconcor- dar asmais de 5mil pessoas que deba- tiamaautenticidadeda fotona seçãode comentários, alternando termos como “mentira”, “impossível” e “espetacu- lar”. Ao todo, 102.832 pessoas “curti- ram” a foto, que fora compartilhadapor uma página criada seismeses antes no Facebook comumnome inesquecível: I Fucking Love Science (algo comoEu Amo Ciência pra Cacete) ou IFLS, na sigla em inglês. Achados curiosos No começo, a página se limitava a dar memes e piadas sobre ciência garim- pados da internet. Um post trazia uma foto do emaranhado fibroso que é o sistema nervoso central e perifé- rico do ser humano com uma cha- mada engraçada que aludia à sátira religiosa do “Pastafarianismo” (“So, it turns out that deep down we’re all just flying spaghetti monsters”, algo como “Ou seja, no fundo somos todos monstros de espaguete voadores”). A legenda de uma imagem do Sol como umponto imperceptível numa galáxia era “Mais um entre bilhões”. Empouco tempo, a página começou a apresentar posts de conteúdo mais jornalístico, como um“listicle”[ textos informativos em forma de lista ] fixo (“This Week In Science”) que resu- mia grandes achados científicos da semana: a descoberta de uma enzima para a produção de cerveja que não dá ressaca, por exemplo, ou um estudo mostrando que 14 adultos tinhamsido “funcionalmente curados doHIV”. A página não perdoa criacionistas, gente que duvida da mudança climática e afins. No início de agosto, após uma onda de notícias alarmantes sobre o vírus ebola, a IFLS deu o link para um artigo que explicava como o vírus age e uma estimativa da probabilidade de que se propague nos Estados Unidos