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16 Janeiro | fevereiro | marçO 2015 ideias + críticas NELSON DE SÁ o ruidoso marqueteiro João San- tana, jornalista de origem, Prêmio Esso em1992 pela cobertura do escân- dalo Collor, não foi o único vencedor de sua categoria nas eleições de 2014, ao reeleger a presidente da República, Dilma Rousseff. No Rio de Janeiro e em São Paulo, o PMDB e o PSDB ree- legeram seus governadores. Ao unir os dois, aparece outro grande vito- rioso do ano, bemmenos ruidoso, por sinal, fazendo do silêncio uma de suas virtudes: a maior agência de relações públicas do país, a carioca FSB. Teria hoje uma redação com mais de 600 profissionais, em sua maioria ex-jornalistas, muitos deles ex-repór- teres investigativos, superando quase todas as redações de mídia tradicio- nal no país, tanto da televisão como da imprensa. Em 2013, quando ainda mantinha informações sobre clientes em seu site institucional, a FSB ano- tou os serviços que prestava para dois dos maiores – o governo do Estado do Rio de Janeiro, do PMDB, e a Sabesp, estatal do governo do Estado de São Paulo, do PSDB. Para o segundo, o trabalho realizado foi “posicionar a Sabesp como princi- pal fonte de informação do setor no Estado de São Paulo”, com o “estrei- tamento da relação com a mídia geral e segmentada”, alcançando por esses e outros caminhos um “número de matérias positivas quatro vezesmaior que o de negativas”. Nadamal, às vés- peras da campanha estadual e, prin- cipalmente, das primeiras evidências da crise no abastecimento de água, pela Sabesp, da região metropolitana de São Paulo. Não que a mídia “geral e segmen- tada” tenha sido o único alvo. A agên- cia atua tambéme cada vezmais junto à mídia digital, por exemplo, “moni- torando a presença naweb e adminis- trando a imagem” dos mais diversos clientes. Entre outros que já recor- reram em algum momento aos ser- viços estão o Consórcio Belo Monte e vários ministérios, mais a Ambev e o Fluminense. Registre-se que a FSB não está sozinha, pelo contrário, no campo em pleno florescimento das relações públicas no Brasil. Logo atrás vem a paulista CDN, com quantidade semelhante de jor- nalistas e clientes também os mais diversos e conflitantes, da Secretaria O fim de uma era As agências de relações públicas ganham poder nos canais de comunicação, e, agora que produzem notícias, estão de olho no espaço ocupado pelo jornalismo

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