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revista de jornalismo ESPM | cJR 21 Na cidade de Augusta (Georgia), Rachael Rhodes desenha num painel instalado como parte de um evento sobre projetos colaborativos Oklahoma. Aliás, certas localidades são tão atuantes que a Code for America já tem 31 filiais – as chamadas “bri- gadas”, com quase 3 mil membros. Em maio, quando a Code for America ajudou a organizar o Dia Nacional do Hacking Cívico, a ocasião inspirou mais de 120 eventos – hackathons (maratonas de programação), unconferences (desconferências), meetups (encontros informais) e afins – nos Estados Unidos e em outros países. Origem comum O fruto típico do trabalho do hacker cívico é uma solu- ção simples e elegante para facilitar a prestação de ser- viços públicos. Se alguém quer se vacinar contra a gripe, por exemplo, um aplicativo vai indicar locais de imuni- zação nas redondezas. Se o carro sumir, outro aplicativo dirá se foi rebocado pela prefeitura. Outros projetos são mais como o SchoolCuts – e, defi- nitivamente, mais jornalísticos. É o caso do Clear Streets, que foi um passo além do PlowTracker, o serviço da pre- feitura de Chicago que mostra em tempo real onde estão os caminhões limpa-neve da cidade. OClear Streets indica onde o caminhão já esteve: mostra há quanto tempo a rua do cidadão foi desobstruída após uma nevasca. O aplica- tivo foi criado pela Open City, uma startup que virou notí- cia ao lançar o Chicago Lobbysts, um aplicativo que per- mite ao usuário saber quanto ganha um lobista local [ ati- vidade regulamentada por lei nos Estados Unidos ], quem são seus clientes, que legislação tentou influenciar. O hacker cívico tem a mesma origem do jornalista, diz Gabriela Schneider, diretora de comunicação da Sun- light Foundation. “Antigamente, recorríamos àmídia para entender o que estava acontecendo no mundo a nossa volta, mas o paradigma está mudando. Está ficando mais participativo”, explica. “É um mundo novo e, a meu ver, as fronteiras estão se dissolvendo. Essa parece ser uma evolução natural do jornalismo.” AlainaHarkness, quemonitora omovimento do hacking cívico para a John D. and Catherine T. MacArthur Foun- dation, vê uma distinção fundamental entre hackers e jor- Todd Bennett / Corbis