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revista de jornalismo ESPM | cJR 13 drar uma parceria comercial fun- dada quase que exclusivamente numa estratégia de marketing comum. Em outras palavras, quantomais televisio- nado fosse o esporte, maior seria sua popularidade, mais receita geraria e mais parceiros (TV e esportes) teriam interesse emmaximizar toda notícia boa e minimizar qualquer crítica. A televisão, com raríssimas exceções, passou a fazer marketing esportivo no lugar de jornalismo esportivo legí- timo. Infelizmente, eu e meu coau- tor estávamos certos. Sem novidades A televisão – e, mais recentemente, a internet – teve outro impacto, igual- mente perceptível, no jornalismo esportivo. Hoje, jornais e revistas precisam partir do princípio de que, muito antes de publicarem um texto, o leitor já estará a par de resultados e de detalhes de qualquer evento espor- tivo, incluindo destaques emvídeo. E, obviamente, milhões e milhões de fãs comuns de um esporte podem usar o celular para “publicar” instantanea- mente seus próprios vídeos, resultados, opiniões, análises. Logo, hápoucovalor nessa atividade para jornais e revistas, que, tanto no impresso como no digi- tal, ainda são os maiores empregado- res de jornalistas esportivos. O que esses meios deviam fazer é tentar reinventar seu papel com a publicação de reportagens de fôlego, perfis, entrevistas longas, análises do negócio, investigações de ques- tões de saúde e segurança e, natu- ralmente, investigações sobre ativi- dades financeiras, políticas e mono- polistas. Essa estratégia tem dois óbvios problemas: custa caro e exige um volume maior de tempo, recur- sos e jornalistas qualificados; e mui- tos fãs de esportes não querem ler esse tipo de cobertura. As vastas somas injetadas pela tele- visão com a compra de direitos de transmissão, acordos de marketing e toda a publicidade esportiva na TV são boas para empresários, dirigen- tes e atletas profissionais, pois sus- tentam e protegem sua renda. E, ao mesmo tempo, a televisão age para Mauricio Planel

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