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20 julho | agosto | setembro 2015 prometidas coma educação, a agenda social e o desenvolvimento do país. Voltado ao interesse público, mas mantido pela iniciativa privada, o Futura é um dos raros exemplos de canal educativo, não comercial e não sustentado por estados. E, desde sua concepção, o canal dialoga com ele- mentos-chave desse tempo de ruptu- ras e de novas configurações, como a produção em rede, por meio de diá- logos horizontais comdiferentes seg- mentos da sociedade, e a distribuição e a atuação, além da tela da TV, em diferentes ambientes e entre públicos específicos. Descentralizado e ubíquo. Além de manter 24 horas por dia seu sinal no ar, e seus programas na internet, pormeio de uma grade gene- ralista, com foco em educação para a vida cotidiana de jovens, crianças, trabalhadores, professores, o Futura também temos pés na terra e estende seu impacto por meio de milhares de ações demobilização social e comuni- tária. Ou seja, no nosso caso, o que é televisão não se desmancha no ar, mas se converte emmaterial didático que apoia iniciativas que buscam transfor- mar a sociedade. Mais de 3.000ONGs e instituições de referência nos cam- pos da educação, da saúde, dos direi- toshumanos eempreendedorismoaju- dam a produzir e utilizam os conteú- dos do canal em suas ações específi- cas. Cauda longa e cauda curta, tele- visão e educação, público e privado, numa mesma proposta. Segundo o professor JoséMarques de Melo, catedrático do campo da comunicação, “uma escola sempare- des”. Segundo o professor Eugênio Bucci, acadêmico da Universidade de São Paulo, um projeto social que realiza alguns dos ideais mais altos da instituição da imprensa. “Desde sem- pre”, lembra Bucci, “a imprensa tem uma função de educação no sentido de que, ao compartilhar a informação, ao permitir que circulemas opiniões e as ideias, ela permite também acesso das pessoas a condições que favore- çam um livre formar de opinião e de vontade (...) Ela educa pelo simples fato de existir, e nós não deveríamos nos esquecer disso.” Informação de qualidade Portanto, educação e informação para oFutura são indissociáveis.Mesmonão sendo umcanal noticioso, na acepção estrita da palavra, o Futura trabalha com informação, que precisa ser de qualidade e ser tratada por meio de formatos e de estratégias narrativas variadas e atraentes. Ou seja, infor- mação, entretenimento, educação. Edutainment construído por milha- res de mãos. Portanto, viver entre ambiguida- des, contradições – entre o público e o privado, o instantâneo e o per- manente, o ar e a terra, a educação e a televisão –, é da nossa natureza. E isso cada vez mais representa um ativo importante. Sendo, às vezes, tão singular no que faz e tão exógeno no ambiente da comunicação, que conse- gue experimentar modelos de produ- ção e de concepção bastante fora dos parâmetros tradicionais. No DNA do Canal Futura está um hibridismo que, de diferentes modos, já antecipava tendências e o ajudava a se preparar para os desafios gigan- tescos que a comunicação e o jorna- lismo estão encarando. Assim como a Pivot e o Vice , que surgiram sinto- nizados com as expectativas de um público de millennials , o Futura desde sua criação desenhava uma maneira de fazer jornalismo que se alinhava com duas características fundamen- tais da modernidade: a construção e a distribuição de seu conteúdo pelas redes da sociedade. Assim, partindo da própria expe- riência do canal na criação e curado- ria de conteúdos produzidos por dife- rentes atores, como ONGs, universi- dades, estudantes, produtores, para diferentes programas, há cinco anos o Futura estende essa lógica de pro- dução aos seus três principais títulos jornalísticos (Jornal Futura, Sala de Notícias e Conexão Futura). Chamado Rede Social e Telejorna- lismo de Interesse Público, o projeto para a produção de notícias e de pro- gramas de atualidades está pautado por dois eixos principais amplos o sufi- cientepara abrigar o conjuntode ações envolvidas no seu desenvolvimento: o eixonarrativo e o eixo da produção em rede. O primeiro compreende a cria- ção de conteúdos de interesse público, que resultem de um investimento na criação de estratégias narrativas origi- nais quemelhoremo padrão de quali-

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