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revista de jornalismo ESPM | cJR 31 cei a pensar no futuro. Vi que ele tinha razão. Vai dizer que Oscar Wilde não sabia do que falava? Pena que morreu na miséria, coitadinho. Os homens são miseráveis porque não sabem ver nem entender os bens que estão ao seu alcance. Quem me ensinou isso? Pitágoras. Grego arre- tado. Eununca–n-u-n-c-a– tive inten- ção de ser miserável. Caso contrá- rio, estaria lambendo embira lá em Pinheiro até hoje. Assim que entrei como estagiário na gráfica do Senado, vi e entendi os bens aomeu alcance – e parti pra cima, comvontade dobrada. Virei um pitagórico ao quadrado. No começo, como todo pau de arara, eu era tímido demais. Tinha medo de falar com estranhos. Mas o Abraham Lincoln... Pois é, aprendi uma coisa genial com ele: “Não te esqueças que os estranhos são amigos que ainda não conheces”. Isso foi um farol naminha existência. O que passei a fazer de amigo aqui no Congresso... Sem con- tar os amigos dos amigos – tudo gente boa, interessada somente no progresso do Brasil. Comeles tambémprogredi, arrumei a boquinha aqui no gabinete. Temgente que não acredita emcoin- cidência, mas paramim tudo conspira a favor quando a gente faz o bem. Não é que eu estava estudando Confúcio e fui apresentado ao lobista de uma empreiteira? O que tem a ver o “u” com as alças? Tudo. “Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis umamontanha”, escreveu o professor no quadro-negro. Aquilo foi uma epi- fania, um alumbramento. Sinal cós- mico de que tudo iriamelhorar. Apre- sentei o homem ao senador, surgiu a licitação de uma barragem e logo eu realizava o sonho de todo brasileiro: a casa própria. Comprei uma, ali no setor demansões do LagoNorte. Eita, Kung-fu Tzu da porra! China danado que mudou a minha vida. Mas não foi só ele. Da Índia também ilustrações: Caco galhardo

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