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revista de jornalismo ESPM | cJR 37 Suas reportagens levaram a mudan- ças sociais concretas e deram alento a um movimento incipiente de com- bate à pobreza. Durante muito tempo, o trabalho de Riis foi uma uma espécie de farol do jornalismo. Mas, agora que pixels e telinhas ocupam cada vez mais o espaço da tinta e do papel, estudos sugerem que o modo como absorve- mos aquilo que lemos pode mudar radicalmente. O tempo que dedica- mos à leitura profunda, concentrada – a leitura que conduz ao raciocínio abstrato e criativo, segundo a cien- tistaMaryanneWolf – pode diminuir como advento das telas. Outros suge- rem que o modo como processamos palavras numa tela poderia até influir no grau de empatia que apresenta- mos por personagens dos textos que lemos. No livro The Shallows: What the Internet is Doing to our Brains ( A Geração Superficial: O Que a Inter- net está Fazendo com os Nossos Cére- bros, em tradução livre), Nicholas Carr chega a dizer que a internet pode estar “alterando a profundi- dade de nossas emoções, não só de nosso raciocínio”. A migração do impresso para o digital mexeria mesmo com nossa capacidade de estabelecer empatia compersonagens de relatos jornalís- ticos? Que mudança isso traria para o jornalismo? Essas dúvidas estão no cerne de um projeto de pesquisa sobre o futuro do jornalismo de revista lan- çado pelo George T. Delacorte Cen- ter, parte da Columbia Journalism School. Com o patrocínio do centro e em colaboração com a CJR , for- mulamos e estamos conduzindo esse projeto para investigar o efeito basi- Arquivo CJR /Constantine Manos / Magnum Photos

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