RJESPM 14.indb
revista de jornalismo ESPM | cJR 45 digital emvídeos, áudios, gifs e info- gráficos, é melhor para transmitir informação do que um único meio ( vide trabalho de Steven C. Rockwell e Loy A. Singleton de 2007, ou o de Allan Paivio). Por outro lado, pesqui- sadores como Anne Mangen e cole- gas sustentam, em estudo de 2013, que uma compreensãomelhor na lei- tura no impresso versus digital pode estar ligada ao modo como um texto de livro ou revista pode ser concei- tualizado no espaço físico. Estudos indicamque a expectativa de alguém ao começar a ler um texto influenciao resultadoda leitura.Quem se aplicamais processamais informa- ções, descobriram Gavriel Salomon e Tamar Leigh em 1984, muito antes da internet. Hoje, o impresso ainda é visto como um meio mais sério, ao menos nos Estados Unidos: é nele que revistas como The Atlantic e The New Yorker publicam seus grandes artigos – e onde pagammais a quemescreve. Já na internet há a eterna sensação de que há algo melhor a nossa espera a poucos cliques dali. Por outro lado, há certa adaptação à leitura regularna internet –umefeito Google,porassimdizer.Numapesquisa coordenada por Betsy Sparrow, psicó- logos das universidades americanas de Columbia, Harvard e Wisconsin- -Madison mostraram, em 2011, que alunos da graduação em Harvard tinham uma pior capacidade de recordar informações –mas se saíam melhor em lembrar como buscá-la. Ferramentas como o Google viraram “uma memória externa”, sustentam. Ou seja, já que a informação está a nosso alcance com um punhado de cliques, fazemos menos esforço para guardá-la. Apesar dessa profusão de estu- dos, segue aberto o debate sobre um ponto fundamental, a saber, se absorvemos mais informação no meio impresso ou no digital. Uma análise de trabalhos (a maioria da década de 1980 e começo da de 1990) comparando a mídia impressa à digi- tal feita por Andrew Dillon (da Uni- versity of Texas, em Austin) revelou que, apesar de resultados inconclusi- vos, a leitura em telas é mais lenta e menos atenta a detalhes, sobretudo se a tarefa for difícil. Mas a rele- vância desses estudos para a mídia CJR / Ruth Fremson / The New York Times Mãe de uma personagem do especial do NYT sobre crianças sem teto, Chanel agradece o novo lar da família no Harlem, em Nova York
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