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58 Julho | agosto | setembro 2015 por neil lewis Na banheira de Hitler Retrato de fotógrafa de guerra nua no banheiro do ditador em 1945 é lembrado como uma das grandes cenas do conflito mundial a gente não se espanta hoje quando vê que a notícia de uma guerra foi escrita por uma mulher, ou quando vê o rosto feminino da correspondente na TV. Hoje o que faze- mos é celebrar algumas coberturas excepcionais feitas por elas, como as de Carlotta Gall, no Afeganistão, ou de Martha Raddatz ou Christiane Amanpour, realizadas em algum lugar pelo mundo. É claro que nem sempre foi assim. Agora que estamos comemorando alguns marcos históricos da Segunda Guerra Mundial, é importante lembrar que o conflito, especialmente na Europa, criou opor- tunidades significativas para que fotógrafas e correspondentes rompessem barreiras. Aquele combate nos deu as incríveisMargueriteHiggins, Clare Boothe Luce, Martha Gellhorn e várias outras correspondentes que se tornaram jornalistas e escritoras de renome no pós-guerra. Margaret Bourke-White, que trabalhava para a Life , foi a mais famosa do pequeno contingente de fotógrafas de guerra. Muitas de suas imagens inesquecíveis mostravam civis indefesos, completamente pasmos e sem reação depois de terem a vida esmagada pelo rolo compressor da história. Para mim, uma das mais impactantes cenas de conflitos é o retrato de uma dessas fotógrafas. Nela, a câmera se volta para a dona do olhar. Ao que tudo indica, a foto foi cuidadosamente posada. Quem aparece em foco é Lee Miller, uma fotógrafa de guerra reconhecida, tomando banho em 30 de abril de 1945. É uma bela mulher em ummomento um tanto íntimo, mas esse não é o apelo central do quadro. O mais rele- vante é o lugar em que ela se lava: o apartamento de Hitler emMunique. Miller deixa a água levar as marcas de um dia de trabalho no campo de concen- Arquivo CJR / David E. Scherman
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