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REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 9 Fontes: FGV, Ipsos, Catapani & Associados, Pew Research Center Números fortes dos brasileiros confiam na imprensa escrita, o que a torna a terceira instituição mais confiável do país 47% dos brasileiros confiam nas Forças Armadas, que lideram o ranking, seguidas da Igreja Católica (58%) 67% dos brasileiros confiam nos partidos políticos, 15% no Congresso Nacional e 17% no governo federal, os lanternas do ranking 5% dos idosos brasileiros dizem que o jornal impresso tem força e influencia a opinião pública 64% dos brasileiros dizem que o smartphone é o aparelho de que não abririam mão nunca; 24% dizem que é a TV 62% dos idosos brasileiros usam a internet; em 2005, eram apenas 4%, e, em 2010, eram 11% 16% 36% de proprietários de celulares nos Estados Unidos usam aplicativos de mensagem como WhatsApp 88% dos adolescentes americanos acham que postam mais informação do que deviam nas mídias sociais de dinheiro capaz de pagar a redação do jornal. Mas não o suficiente para garantir a sobrevivência do jornalismo independente e de boa qualidade que ela produz porque há muitas outras despesas a serem cobertas, em espe- cial na área de tecnologia, para manter o negócio em pé. A cobrança por conteúdo pago no jornalismo, que pro- vocou intensos debates na indústria na primeira década deste século e que o Times só adotou há menos de cinco anos, provou ser um caminho inteligente e viável. Mas ainda não se sabe para onde ir, depois disso. Aumentar a carteira, sem dúvida, é uma necessidade. A edição impressa de domingo do Times tem o dobro de assinantes dos dias de semana. É de supor que essas 600 mil pessoas a mais possam se converter rapidamente em assinantes digitais, o que faz prever que 3 milhões não é um número fora de propósito no curto prazo. No caso do Times , uma das alternativas para fazer cres- cer assinaturas é investir no exterior, onde já estão 12% das atuais. Certamente o jornal vai tentar ampliar seu espaço em outros países. Outra certeza, apregoada na série de reportagens emque celebrou o milhão, é que o Times continuará investindo na qualidade de sua redação. O jornal destina 20% de sua receita para pagar jornalistas. Embora, como os concor- rentes, tenha demitido jornalistas no início da crise estru- tural, desde 2000 não diminuiu o número de jornalistas, e nenhum outro jornal de seu porte gasta tanto em redação. Mas nada disso significa novas fontes de receita signi- ficativas para o jornal voltar aos índices de lucratividade de que desfrutou ao longo de todo o século passado. No terceiro trimestre de 2015, omelhor do ano, o Times regis- trou um lucro de meros US$ 9 milhões. Melhor do que o prejuízo acumulado em muitos anos anteriores, mas ainda assim pouco demais. O xis da questão continua a ser como fazer a publici- dade digital render mais. Para acrescentar dramaticidade ao problema, aumentamos aparatos de bloqueio de anún- cios em celulares e tablets, as principais plataformas de leitura de conteúdo jornalístico no mundo todo. Uma das estratégias é criar produtos de conteúdo diri- gido a grupos demográficos específicos, que poderiam ser mais atraentes para os anunciantes do que o conte- údo genérico do jornal. Palavras cruzadas são umdeles. Já existem, e o número de seus consumidores tem crescido significativamente. Culinária, saúde, decoração, cinema são outros produ- tos que ou já existem e devem receber investimentos ou podem vir a ser criados em breve. O perigo é que eles podem canibalizar o produto-mãe. De qualquer modo, é bom saber que nunca se leu tanto jornal no mundo. ■ LEITURA DE HOTEL Hospedagem mais bem informada JORNAL NO HOTEL é uma tradição antiga. Abrir a porta do quarto e encontrar um exemplar do seu diário prefe- rido no chão é uma experiência que muita gente experi- mentou com prazer por décadas. Alguns jornais, como o USA Today , aumentaram sua cir- culação paga oferecendo de graça a grandes redes hote- leiras assinaturas para todos os hóspedes. O New York Times e o Financial Times uniram-se para uma versão atualizada do processo para tentar gerar renda. Eles estão vendendo a hotéis uma plataforma que dá aces- so ilimitado aos dois veículos para seus clientes desfruta- rem na hospedagem. Além de faturar o que os hotéis lhes pagam, os jornais esperam também atrair novos assinantes dentre os hós- pedes que não conhecem seu produto. O sistema está disponível para qualquer hotel do hemis- férioocidental quese interesse. Osdoispensamtambémem procurar jornais regionais que queiram aderir à dupla. ■

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