RJESPM 15
12 OUTUBRO | NOVEMBRO | DEZEMBRO 2015 DIRETO DE COLUMBIA por david klatell no dia 13 de setembro de 2001, pas- sadas apenas 48 horas do devastador atentadoàsTorresGêmeas, recebi uma ligação de umpessoal daUniversity of Washington. Para ser sincero, nunca tinha ouvido falar deles ouda pequena organização à qual pertenciam, oDart Center for Journalism and Trauma. Queriam saber se podiam ajudar. No caso, dando aconselhamento a jorna- listas (mas não só) que tivessem teste- munhado a barbárie emNova York ou tivessem de alguma forma sido afeta- dos pelo atentado. No papel de dire- tor acadêmico da Graduate School of Journalism, aceitei a oferta e empres- tei uma pequena sala de aula, que exer- ceria a função múltipla de escritório, espaçode seminários e centrode acon- selhamento. O grupo ficou semanas ali e ajudou muita gente a lidar com coisas como choque, estresse, medo e culpa – o que hoje conhecemos como Transtorno do Estresse Pós-Traumá- tico (TEPT). De lá para cá, oDart Center cresceu bastante. Hoje instalado na Colum- bia University e com núcleos afilia- dos na Europa e na Austrália, o cen- tro presta uma vasta gama de servi- ços, incluindo o preparo de jornalis- tas para cobrir episódios difíceis como guerras, violência e catástrofes natu- rais; a publicação de estudos investi- gativos; o desenvolvimento de estudos de caso e outros materiais didáticos; o aconselhamento por pares; e a con- sultoria a organizações de imprensa. É ótimo que o Dart Center ofereça ser- viços tão importantes – e péssimo que a necessidade desse apoio siga cres- cendo e superando nossa capacidade de lidar com tantos problemas. Não se trata apenas do fato de que jornalistas tenham de testemunhar muita coisa extremamente desagradável, não raro chocante. Com mais e mais frequên- cia, o próprio jornalista está sofrendo na pele e sendo alvo de maus-tratos, encarceramento, tortura e até morte. No último ano vimos jornalis- tas sendo presos em muitos países, incluindo Egito, Irã, China e Paquis- tão; agredidos na Índia, na Venezuela e no Reino Unido; assassinados no México, na Dinamarca, na Rússia e nos Estados Unidos. Em suma, a Centro prepara repórteres para cobrir episódios difíceis como guerras, violência e catástrofes naturais, além de ajudar quem testemunhou situações de trauma A vida sob pressão
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