RJESPM 15
REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 17 grafias para os fãs... Só que ele acabava de receberumaótimapropostadaStan- dard Propaganda (uma grande agên- cia brasileira) para participar da for- mação de um departamento especia- lizado em rádio, no Rio de Janeiro, e decidira mudar-se para lá. Não sei bem quais terão sido as consequências astrológicas, mas o fato é que meus pais partiram com tanta pressa para a capital federal, que não tiveram tempo para fazer o meu registro de nascimento em São Paulo, e papai acaboume registrando como carioca, nascido no Rio, no tra- dicional bairro de Santa Teresa – onde eles foram morar. Introduzo esses dados pessoais no presente artigo para demonstrar como entrou bem cedo, na minha vida, o confronto e o paralelismo entre essas duas atividades profissionais: o jorna- lismo e a publicidade. Minhasprimeiras lembranças infan- tis, igualmente cariocas, são de um ícone paterno, cuja voz eu ouvia atra- vés do receptor de rádio – a grande mídia publicitária da época – e o nome anunciado, como autor de progra- mas de sucesso (seriados e novelas). Ao mesmo tempo, eu o via, em casa, envolvido com os amigos – alguns conhecidos frequentadores das rodas de samba do Rio – a compor letra e música para jingles que marcaram época, como do creme dental Gessy, do talco Ross e dos cremes de beleza da marca Pond’s... No ano de 1955, fundei, comamigos, O Estudante de Petrópolis , o segundo jornal estudantil da história da cidade (o primeiro foi lançado por Alcindo Guanabara, por volta de 1880. Cha- mava-se A Fanfarra ). A matéria da nossa primeira página era uma entre- vista com o presidente da República João Café Filho (alguém se lembra?). Eu também colaborava na imprensa local, no Jornal de Petrópolis e na Revista Social . Mas meu primeiro artigo na grande imprensa saiu no Correio da Manhã , em 1959. Mais ou menos a partir daquela data, tornei-me – como JRPai – publi- citário e “profissional de marketing” (nunca me chamemde marqueteiro). Ao longode duas décadas, exerci quase todas as funções da profissão, sem deixar de escrever artigos e colabo- rações para a imprensa, no Brasil e lá fora – e também fui apresentador de rádio e de TV. Perdoem-me se exagero nas remi- niscências biográficas; mas é que, além da minha carreira na área edu- cacional, considero-me umperfeito e acabado exemplo de profissional de comunicação que circulou bastante à vontade entre a Igreja e o Estado (como chamam meus colegas jorna- listas), e acho que consegui, em todos os casos e instâncias, evitar as sendas do pecado ou do crime... Emprego e desemprego Mas o diretor de redação desta revista encomendou-me, especificamente, um texto sobre o incômodo tema do desemprego. A nossa ESPM, que nasceu como uma escola de propaganda e marke- ting é, hoje, uma grande Escola Supe- rior de Comunicação. Alguns – e eu incluo-me entre eles – consideram-na como a melhor do país. Aqui forma- mos jornalistas, publicitários, desig- ners, diplomatas corporativos, tecnó- logos, pesquisadores, cientistas sociais e gestores. Todos atuarão profissionalmente na mesma importante e abrangente atividade que lida com a comunica- ção entre as pessoas. E – sob qualquer ponto de vista – as comunicações em geral, hoje, constituem o segmento número 1 da economia mundial.
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