RJESPM 15
REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 23 lidade; é maior a chance de que o lei- tor invista seu tempo no conteúdo oriundo de um veículo de imprensa que conhece do que no de um desco- nhecido. Isso, por sua vez, sugere que a curadoria é parte fundamental do processo pelo qual uma reportagemde fôlego acaba sendo lida – seja o cura- dor um editor nummeio de comuni- cação que o leitor preza ou umamigo. Embora editores comecema distin- guir os vagos contornos de seus leito- res e a entender melhor quem são e emque conteúdo tendema clicar, evi- dências anedóticas e intuição seguem pautando a forma como essas orga- nizações compartilham o conteúdo jornalístico. Por que, então, certos textos deco- lam, enquanto outros – de igual qua- lidade e interesse – não? Aqui, também, a resposta está ligada à noção de confiança. No caso, à confiabilidade da fonte que pri- meiro compartilhou o conteúdo. A natureza em si do trabalho e os pro- cessos pelos quais o texto de fôlego é descoberto, consumido e comparti- lhado estão em conflito com o indis- criminado e apelativo método caça- -cliques que domina muito do trá- fego na internet. Sucesso viral? Por experiência, sabemos queumtexto de longo formato nunca vai competir com coisas como a série de pequenos vídeos “Charlie Bit My Finger” (800 milhões de page views) ou os listi- cles (artigos em forma de listas) do BuzzFeed – e usar tais indicadores de sucesso viral como parâmetro seria um equívoco. Umconteúdo longo leva tempopara ser produzido – apurado, redigido e editado – e para ser lido. Exige algo do leitor – com a promessa de entre- gar algo mais duradouro em troca. ■ michelle levine é psicóloga no Departamento de Ciência da Computação da Columbia University. anna hiatt é jornalista independente, professora-adjunta da Columbia Journalism School e publisher do site The Big Roundtable. michael shapiro , fundador do The Big Roundtable, é autor de sete livros de não ficção e professor da Columbia Journalism School. Texto originalmente publicado em 10 de setembro de 2015 no site www.cjr.org. ONDE ACHOU A MATÉRIA? QUEM INDICOU A MATÉRIA? Oralmente 1% Outro 19% Não lembro 2% Twitter 15% Facebook 7% Email 18% Veículo de imprensa 30% Blog 7% Veículo de imprensa que já conhecia 61% Veículo de imprensa que ainda não conhecia 3% Alguém que conheço em pessoa 13% Alguém que não conheço em pessoa 10% Não lembro 4% Outro 10%
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx