RJESPM 15
32 OUTUBRO | NOVEMBRO | DEZEMBRO 2015 Homenagem póstuma Houve um tempo em que não se punha celebridade morta em capa de revista. Quando a princesa Diana morreu, a re- gra foi abandonada. E ela saiu na capa de revistas pelo mundo inteiro. O pa- drão adotado por algumas foi usar uma foto em close, sem chamadas, uma es- pécie de reverência silenciosa, como es- ta da revista Time , emsetembro de 1997. People usou a mesma ideia, mas acres- centou discretamente o ano de nasci- mento e de morte da pessoa. fizeram essa foto e foi o sucesso que foi. Essa capa foi copiada em todos os países. A Rolling Stone é um título que vai estar presente em qualquer lista das revistas mais lindas do mundo. Ela entra nesta minha sele- ção com dois tipos de capa. Um é a capa grá- fica, do décimo aniversário, que é um X – e a do vigésimo são dois Xs (p. 28) . É só a letra X, mas é um trabalho muito bonito. O Roger Black trabalhou a letra X de um jeito arre- batador. Vejo aquilo na banca a quilômetros de distância – e já fui fisgado. É uma edição excepcional. Nessamesma edição, há ainda um ensaio de Annie Leibovitz, ela de novo, come- morando os dez anos da revista com páginas e páginas de fotos. O outro tipo de capa da Rolling Stone é fotográfico. Como o caso da foto do John Len- non emcima da Yoko, que foi feita, é claro, pela mesmaAnnie (p. 31) . Quando chegoupara foto- grafar, já queria o John semroupa e aí resolveu que a Yoko deveria estar nua também. A Yoko disse “nempensar”, mas topou entrar emcena. Vestida. Deu nessa capa aí. John foi assassi- nado poucas horas depois dessa foto. Time é um interessante exemplo de uma revista semanal que sempre dependemuito das chamadas e, quando a Diana morreu, foi para as bancas apenas com uma foto dela (acima ) . Sem nenhuma palavra. Isso virou moda. Lembro uma história famosa a esse res- peito, que é da People . Quando o Elvis Presley morreu, o diretor da revista, Richard Stolley, falou: “Não vou botar morto na minha capa. People é uma revista de gente. Como é que eu vou botar ummorto na capa?” Fechou a edição sem o Elvis. Aí, quando terminou sua jornada de trabalho e estava saindo, indo embora, per- cebeu que tinha ummonte de gente chorando na redação. Eram fãs do Elvis lamentando a
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