RJESPM 15
48 OUTUBRO | NOVEMBRO | DEZEMBRO 2015 O mestre no uso da cor preta O designer editorial alemão Willy Fleckhaus fez uma revista de sucesso desafiando uma das leis vigentes na época (e até hoje, de certa ma- neira), segundo a qual revistas não devemabu- sar do preto. Twen era quase toda preta, inclu- sive muitas capas. A página dupla maior é de setembro de 1970, e a outra, menor, de dezem- bro de 1969. Em ambas, o fundo preto faz um efeito que Fleckhaus usava magistralmente: o fundo preto torna as cores mais vivas, e as ima- gens ganham relevo. Bea fez uma carreira muito maior do que a Bazaar . Fez capas de livros. Maravilhosas. Participou do relançamento da Vanity Fair . Fez o boneco (que ficou pronto pouco antes de ela morrer). Fez o boneco de outra revista que continua até hoje, a Self (p. 49) , que era uma coisa exuberante, alegre, saltitante. Em um determinado momento, ela fez o projeto gráfico da revista Ms ., a primeira das revistas contemporâneas realmente feminista. E a obra da Bea virou uma referência internacional. Palavra final Contei todas essas histórias para demonstrar que a revistamais bonita domundo não existe. Por ummotivomuito simples. Ela teria que ser bonita em todas as suas páginas e em todas as suas edições. E isso não existe. Mas o exercício de buscá-la ajuda a discernir o que já fizemos de exemplar e a nos preparar para os desafios que estãopor vir no jornalismo, especificamente, no universo das revistas, emqualquer plataforma. Aliás, quer saber qual a revista mais bonita do mundo? É aquela de que o leitor gosta.
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