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54 OUTUBRO | NOVEMBRO | DEZEMBRO 2015 informações que transmitem, nem das sutilezas que a compõem. Muitas vezes vemos, mas não lemos. Sãomilhares de fontes tipográficas disponíveis em todo o mundo. Por isso, um trabalho tipográfico mais cuida- doso, que vá além do que oferecem os programas de edi- ção de texto, à primeira vista, faz a diferença quando se fala em identidade, qualidade editorial e acabamento de texto. Programas digitais com possibilidades infinitas para o design gráfico e o desenho de fontes tipográficas se popularizaram. Para ter uma ideia, no tipomóvel, o espaçamento entre letras era limitado e determinado pelo uso de peças de metal mais baixas para criar o branco entre elas. Atual- mente, as fontes digitais permitem todo tipo de arranjo. Chamamos de kerning o ajuste de espaço entre dois carac- teres, por exemplo, o espaço entre um “e” e um “m”, na palavra “em”, é diferente do espaço entre um “e” e um “o”, como na palavra “eólico”, porque no primeiro caso é o encontro entre uma curva e uma reta e na segunda pala- vra entre duas curvas. A maiora das fontes digitais tem cerca de 400 pares de kerning , mas algumas fontes, mais elaboradas, chegama ter 4.000, se incluirmos as possibili- dades nas línguas mais comuns. Design e tipografia agre- gam valor às publicações e é visível o aumento da aten- ção com a tipografia no mercado editorial brasileiro nas últimas décadas. Maioridade Ocaso prático do jornal Folha de S.Paulo nos ajuda a enten- dermelhor a complexidade e asminúcias das escolhas grá- ficas e tipográficas para colocar de pé o que chamamos, genericamente, de projeto gráfico. Criada em plena transição do mundo analógico para o digital, entre 1993 e 1994, a Folha Serif, primeira fonte tipo- gráficadesenhadaparaumjornal brasileiro, fez 21 anos. Por ser uma iniciativa pioneira, no que diz respeito ao desenho IMAGENS: REPRODUÇÃO/ARQUIVO PESSOAL

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