RJESPM 15
REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 71 rar mais a fundo os temas abordados pela programação. Não se pretende, neste texto, fazer umapanhado internacional amplodos podcasts existentes nas rádios,mas, no mínimo a fimde atiçar a curiosidade, é interessantemencionar pelomenos mais alguns casos, fora da França. Mais exemplos O site da BBC, de Londres, por exem- plo, exibe ummenu de podcasts curio- samente dividido por temas, como Atualidades, História, Filosofia, Reli- gião, Ciência. Umparêntese: de certa forma, essa é uma opção de apresenta- ção do catálogo que se aproximamuito do uso desse formato por milhares de “editores” mundo afora. A título de exemplo, entre tantos outros, há um interessante podcast emphiloso- phynow.org , que trata especialmente de... filosofia. Voltando às rádios. A National Public Radio (NPR), a mais impor- tante emissora de rádio dos Estados Unidos, pública, colocaumvasto leque de podcasts à disposição, incluindo notícias, música, humor, lazer, cultura pop etc. O mesmo se aplica à RNE, rede nacional de emissoras da Espa- nha – nos moldes da Radio France –, com destaque para a Radio Clásica (música erudita), e à DeutscheWelle (DW), da Alemanha, que se vangloria de ter sido a primeira rede a adotar o podcasting, já em 2004. Embora ainda pouco explorados em comparação com suas potencia- lidades, esses são alguns exemplos de capacidade de um dos meios de comunicação mais antigos, o rádio, se reinventar. O raciocínio, porém, vale para a produção jornalística de maneira geral, pois uma das lições, ainda que precoce, desse formato é que o público, de forma ampla, anseia por informação, mesmo que demodo compartimentado. Cabe aos veícu- los encontrar as vias adequadas para atender a essa demanda sem neces- sariamente afetar a qualidade de sua produção. Utilizados dessa maneira, os pod- casts – cuja abrangência aumenta de forma lenta, porém sólida e consis- tente – tornam-se uma ferramenta de aproximação ainda maior e mais interativa entre as emissoras e seu público. Apartir daí, por que não?, podemse fortalecer, também, como um ponto a mais de atração para anunciantes em um momento, como o atual, em que a mídia se vê obrigada a criar modelos inovadores para garantir sua sobrevivência e emque aprópria ideia de publicidade se amplia embusca de novas estratégias de comunicação e de uma interação mais sofisticada e mais profunda entre as empresas, as corporações e as instituições e os seus consumidores ou frequentadores. ■ bernardo ajzenberg é escritor, tradutor e jornalista. Em 2015, ganhou o prêmio Casa de Las Americas , na categoria literatura brasileira, com o romance Minha Vida sem Banho (Rocco, 2014). Os veículos têm de atender à demanda do público por informação, mesmo que isso seja feito de modo compartimentado
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx