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revista de jornalismo ESPM | cJR 29 tra a democracia’. Certamente não o é”. A partir daí, desanca tanto o Exe- cutivo quanto o Congresso. O único elogio que os editorialistas conseguem fazer ao país é que, no fundo, “esse é um preço alto a pagar pela manu- tenção da lei – e, até agora, essa é a única área na qual o Brasil tem ficado mais forte”. A revista The Economist também opinou. “Em manifestações diárias, a presidente brasileira Dilma Rous- seff e seus aliados chamama tentativa de impeachment de golpe de Estado.” E segue: “A denúncia de golpes tem sido parte do kit de propaganda da esquerda”. O tom é esse. Pouca atenção ao outro lado Oeditorial do francês LeMonde , “Bra- sil: este não é um golpe”, suscitou crí- ticas do ombudsman, Frank Nouchi, que o considerou pouco equilibrado. Para ele, os editorialistas não leva- ramemconta o outro lado e passaram batido, por exemplo, pelos escândalos de Cunha. Nouchi citou, também, um relatório crítico à distribuição de con- cessões de rádio e TV assinado pela ONGRepórteres semFronteiras. Apos- tando que ninguém leria o relatório, a observação foi abraçada como indício de que o Monde criticava a imprensa. A crítica do relatório, porém, é ao fato de que políticos demais sãodonos de con- cessões que lhes garantempoder local. A cobertura estrangeira não émani- queísta e nenhum dos editoriais de grandes veículos é superficial. Todos veem a estrutura política brasileira derretendo. E nenhumcompra a ideia de que há um golpe em curso. ■ pedro doria é colunista dos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo e da rádio CBN. rico lins
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