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38 abril | maio | junho 2016 menta das próprias entranhas do país! Esgueira-se, sem refreio, pelos corre- dores do Capitólio da nação! Senta- -se nas altas esferas da Commonwe- alth ; lança sua sombra sepulcral con- tra o próprio umbral do templo da liberdade! Cavalheiro, vozes proféti- cas soam em meus ouvidos, e, hélas , entoam o réquiem da grande Repú- blica! Sua ruína foi selada! – Ora, sei que o cavalheiro há de me perdoar. Não sabia que a coisa era tão feia assim, ou juro que jamais teria mencionado o tempo. Moralizando Creio que essa velha tumba era um membro do Congresso, mas não guar- dei bemseunome. Agora, por que essa gente vai a reuniões sociais e profere seus execráveis discursos ​a incau- tos estranhos? Por que circula por aí sempre a salvar o país, e a fazer pouco caso do clima? Por que não faz como Garret Davis e persegue o Congresso, que é pago para ser perseguido? Esses lunáticos inofensivos não fazemmais do que amofinar os convivas de uma festa, sem absolutamente assustá-los. Teria vergonha de fazer um papel tão baixo. Se tivesse de ser louco, creio que teria suficiente respeito próprio para ser um dos perigosos. A questão é que, agora, detesto aquele zumbi de ar solene e, se ele for umCongressista, vou fazer de tudo para descobrir des- mandos praticados por outros demodo a colocá-los no papel e atribuí-los a ele. Acho que isso o despertaria. Um Congressista curvando-se todo con- descendente para alguém do povo! É uma ideia que não podemos tolerar. Anseio por relatar um discurso desse homem e de tal modo distorcê-lo que seus eleitores pensarão que ele rene- gou seus princípios políticos e ban- deou-se para o inimigo. Divaguei um pouco, e volto agora ao assunto só para dizer que a reu- nião de Illinois foi animada, sem ini- bições e eminentemente prazenteira. É a forma mais agradável de reunir senadores e deputados com seus res- pectivos eleitores, e a ideiamerece ser adotada por parlamentares de outros estados aqui. Os americanos não são, por natureza, inclinação ou educação de berço, pomposos o bastante para gozar do artificialismo formal de uma “recepção” ortodoxa. Registrei as observações acima no presente momento, pois era mais conveniente fazê-lo agora – o res- tante desta carta será escrito emuma semana mais. Tinha uma lista de todos os illinoisanos presentes à festa, mas não posso apresentá-la agora. A infame e desnaturada camareira usou-a para acender o fogo, é claro. Se há no mundo uma raça de patifes que odeio com todas as minhas for- ças é a das camareiras. Se há um pra- zer que gozo de todo coração é assis- tir seus funerais. Impeachment - Ressuscitado o Lázaro do impeachment Segunda-feira, 24 de fevereiro Os últimos dias foram repletos de fatos interessantíssimos. Na sexta-feira a nação foi eletrizada pela última e mais ousada tentativa dopresidente de afastar o sr. Stanton. A agitação febril que tomou conta da capital naquela noite não encontra paralelo desde o assassinato do sr. Lincoln. O ar estava impregnado de rumores de funesto teor. Todo cérebro tranquilo, tendo seu equilíbrio abalado pela colossal sur- presa, ampliava os devaneios de sua desvairada imaginação até que se con- vertessemnos fantamas da anarquia, da rebelião, da sangrenta revolução! Profetizavam-se assassinatos; mortes, roubos e conflagrações; canhões iriam retumbar, tambores soar e, as calça- das, ecoar amarcha de homens arma- dos! O Senado reuniu-se à noite e o invulgar espetáculo do Capitólio ilu- minado atraiu todo olhar e imprimiu em toda mente uma espécie de cer- teza de que seus augúrios e suas pro- fecias tinham cabimento. E, do meio O golpe se alimenta das próprias entranhas do país! Esgueira-se, sem refreio, pelos corredores do Capitólio da nação!

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