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revista de jornalismo ESPM | cJR 55 respeito das coisas e dos lugares que me interessavam no Brasil. E aqui entra um detalhe importante do projeto. Se eu fosse dedicar minhas ener- gias a fazer um livro sobre o país ele iria demorar tempo para ver a luz das prate- leiras das livrarias. Uns dez anos. Optei então por dividir a tarefa em capítulos – ou fascículos, se você for dono de banca de jornal –, de maneira que em períodos regulares eu pudesse ir publicando o que ia ficando pronto. Escolhi o título de Rev.Nacional , assim mesmo com abreviação, por dois motivos simples. Oprimeiro, não necessariamente nesta ordem de importância, era porque nunca tinha visto um título abreviado. O segundo, mais prático, era porque o nome inteiro ficava muito pequeno na página. Quanto ao adjetivo “nacional”, apesar de poder soar perigosamente ufanista, com o tempo o leitor se acostumaria com ele, e iria entender o que a revista era 5 . Um detalhe curioso com a tipografia do título da Rev.Nacional . Queria um visual marcante. Nunca esqueci o impacto do logotipo de um jornal – o International Herald Tribune – que Patricia Franchini (Jean Seberg) vendia para Michel Poic- card (Jean-Paul Belmondo) numa tarde ensolarada nos Champs-Elysées, no filme À Bout de Souffle ( Acossado , 1960), de Jean- -Luc Godard 6 . Pedi a Roberto Cipolla, exímio diretor de arte e designer brasileiro, uma ideia de tipografia para desenhar o nome da revista. Me sugeriu a Réquiem. E assim foi. Acontece que só depois de impressa a primeira edição que descobri que existiam vários tipos de Réquiem, e a que ele tinha se referido era umamais sofisticada, como a do restaurante Fasano (que ele mesmo desenhou). A que eu tinha escolhido é outra, que parece baleada, ou desenter- rada. E assim ficou ( fig. 10 ). Montei um espelho com tudo o que durante esses anos foi se acomodando em meu cérebro. Misturei referências visuais de revistas tradicionais de imagem. Da Ilus- tration coma Vu 7 e a Regards (francesas), a Berliner Illustrirte Zeitung , a Uhu e Signal (alemãs). E, claro, a Life e PicturePost (ame- ricanas), além de algumas outras revistas raras comas quais fui tropeçando pela vida e que ficaramarquivadas emcaixas emais caixas, por muito tempo. Na sequência fui jogando fora tudooque considerava desne- Fig. 14 Músicos de Pomerode, Rev.Nacional #4, 2013
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