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revista de jornalismo ESPM | cJR 57 1 Em 1984 Amyr Klink, para fazer a sua travessia do Atlântico a remo, partiu da Namíbia para, desta maneira, poder aproveitar a corrente marinha de Benguela, que sobe desde o Polo Sul e vira – na altura da linha do Equador – em direção ao Brasil. 2 Verossimilhança é a impressão de verdade que certo tipo de ficção consegue provocar no leitor. 3 Até pouco tempo atrás no Brasil não exista o posto de diretor de criação em uma revista. Com o surgimento da Editora Globo Condé Nast apareceu esse cargo (que fica entre diretor da redação e os editores). 4 Deixo, porém, de lado as regras do retrato clássico (a pessoa fotografada à altura de um terço superior da imagem, não pode ficar de frente... essas coisas). 5 Pergunto sempre a meus clientes de onde vem o nome da empresa. Alguns sabem, outros não tem – surpreendentemente – a mínima ideia. Uma vez, porém, perguntei ao dono das lojas BobStore de onde vinha o nome, já que o dele era Raphael Sahyoun. Ele sorriu e me disse que o nome não vinha de lugar nenhum, quando es- tava criando a marca achou que seria um nome que poderia pegar e assim ficou: BobStore. Com a repetição, e o passar do tempo, as pessoas assimilaram o nome. 6 O New York Herald Tribune (que mais tarde se converteu no International Herald Tribune e hoje atende por New York Times International ), sob a direção de Gordon Bennet Jr., foi o jornal que contratou Henry Morton Stanley para encontrar David Livingstone, perdido na selva do Congo. A famosa frase “Mister Livingstone, I presume”, dita ou não, saiu impressa nas páginas do jornal. 7 A Vu é a revista que na edição #445, de 23 de setembro de 1936, publicou a famosa foto que Robert Capa fez durante a Guerra Civil Espanho- la, com o miliciano republicano sendo atingido em Cerro Muriano. 8 Meu terceiro trabalho, nos anos 1970 (época em que pulava de um emprego a outro com salário cada vez mais baixo, porém com a certe- za de que seria útil para meu futuro), foi em uma empresa de fotoletras chamada AllType, de Jarbas José de Souza. Personagem que me ensinou a conhecer, distinguir e gostar dos tipos de letras. sem que o escritor saiba exatamente como são as imagens, dessa maneira a interseção entre o texto e a foto propor- ciona uma leitura que depende da traje- tória da informação. No caso de o leitor começar pelo texto as fotos são uma ilus- tração, e se amatéria for abordada a par- tir das imagens o texto serve como uma ampliação da informação visual. Outra parte dos textos consiste emdepoimen- tos das pessoas retratadas. As entrevis- tas são gravadas, transcritas e publica- das semas perguntas e compouquíssima edição, apenas corrigindo os eventuais erros de concordância. Mas deixo fluir os pensamentos da pessoa em questão, e como elas são extensas isso permite entender a maneira como o entrevis- tado pensa, a maneira como ele elabora seu processo de raciocínio. A ideia é que o leitor, ao juntar a voz do entrevistado com a imagem da foto possa tirar uma linha e saber – oumelhor, compreender – quem é a pessoa retratada. Não é à toa que, na capa, embaixo do logo, aparece a frase “revista de retratos do Brasil”. Espaço da realidade Com a ajuda da Rev.Nacional , em pou- cos anos, cruzei o portal da verossimi- lhança e entrei no gratificante espaço da realidade ( figs. 12 , 13 , 14 , 15 e 16 ), pelo caminho que as estrelas do céu de Utah me indicaram. Hoje a revista é impressa pela IpsisGráfica, empapel Garda impor- tado, e temveiculação semestral. Issoquer dizer que preciso produzir 288 páginas de conteúdo por ano. Não parece muito, se consideramos que o período tem 365 dias, mas quando lembro que além disso tenho que cuidar dos trabalhos e enco- mendas que aparecem regularmente no estúdio, sinto um arrepio na espinha. A revista tem, até agora, seis anos de vida e não sei como consigo comprimir tudo isso nas 24 horas que têm os dias. Mas vale a pena. Muito. ■ Fig. 16 Operários Jirau, Rev.Nacional #4, 2013 j.r.duran é fotógrafo e editor da Rev.Nacional . Tem seis livros de fotografia publicados e três romances policiais. Cidade sem Sombras (Benvirá, 2013) é o mais recente. Cadernos de Viagem (Benvirá), publicado em 2012, é uma narrativa de viagens e finalista do Prêmio Jabuti.
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