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REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 25 lembrança das gravações de umvídeo. Quando estive lá, em abril de 2015, o famoso bar do lugar fora temporaria- mente desativado devido à iminente mudança para um espaço do dobro do tamanho. Ali dentro, muita gente usa um anel com o logo da empresa. Ao ser admitida a pessoa assina um con- trato de trabalho nada convencio- nal: uma cláusula avisa que “imagens e gravações de vídeo e áudio explí- citas, incluindo sexualmente pro- vocativas, estão presentes regular- mente nos escritórios da Vice”. Há eventos como uma partida benefi- cente de pingue-pongue entre o edi- tor sênior Benjamin Shapiro e Gus Wenner, da Rolling Stone . Ou como a festa de 20 anos da companhia, em dezembro de 2014, onde o rapper Lil’ Wayne se apresentou. Antes disso, na comemoração de fim de ano da firma, o próprio Shane Smith distri- buíra envelopes com US$ 1.500 em dinheiro ao pessoal. Sem medo de arriscar Para um jovem jornalista, trabalhar na Vice parece significar viver uma vida cheia de sensualidade e fazer um tra- balho importante. E, se o trabalho na maioria dos meios da nova mídia faz pensar na chatice da agregação e no conteúdo sensacionalista, ali o pessoal (média de idade: 26, 27) faz documen- tários longos, corre omundo e basica- mentemantémdistância da produção serial de conteúdo caça-clique. Enquanto a velha mídia luta para se adaptar à tecnologia digital, a Vice se joga em experimentos com o Goo- gle Glass, lança o jornalismo com rea- lidade virtual em Sundance e cria produtos como o Broadly, um ver- tical (site) para o público feminino – novidade para uma marca erguida sobre certa insolência masculina. Smith despertou otimismo em jor- nalistas, feito raro no acabrunhado mundo da mídia atual. “Um jovem [na Vice] tem a chance de subir um pouco mais e fazer coisas que não poderia fazer se ficassse esperando na fila num lugar com jornalistasmais velhos, mais experientes”, ouvi de um ex-funcionário. Com US$ 6,5 milhões em incen- tivos fiscais do estado de Nova York ARQUIVO CJR