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36 JANEIRO | FEVEREIRO | MARÇO 2016 ria dos casos, são jovens escrevendo para jovens”, afirma. Talvez seja essa a característica que mais bem defina o que é a Vice e que determina seu sucesso nos mais de 30 países emque está presente. Esses jornalistas produzemos 30% de conteúdo nacional veiculado no site. Os outros 70% são matérias tra- duzidas, publicadas pela rede global. A operação brasileira pretende inves- tir mais em produção local, mas essa relação de 30% por 70% não deve ser alterada. Segundo a diretora, o lei- tor da Vice não faz distinção entre as origens das reportagens e tem forte demanda por conteúdo global. Fernanda diz que há equipes dife- rentes para geração de conteúdo jor- nalístico e para publicidade. Alguns membros da equipe editorial eventu- almente fazem a curadoria de alguns projetos de marca e colaboram com publicidade nativa, segundo a dire- tora, que responde pelas duas fren- tes. No total, a Vice Brasil emprega 70 funcionários – além dos jornalis- tas, há profissionais na área comercial, produção de vídeos e eventos, digital e business intelligence (BI). Mais “share” do que “like” Nascida no impresso e crescida no ambiente digital, a Vice diz que seus leitores têmmodos diversificados de leitura. Daí publicar apenas um texto longo por dia, apresentar as infor- mações em formatos variados, como reportagens fotográficas, entrevistas curtas e vídeos. Pesquisa feita pela publicação no final do ano passado constatou que os hábitos de consumo e navegação de seu público variam de acordo com a plataforma em que o conteúdo é acessado. Hoje a maio- ria da audiência acessa o site via apa- relhos mobile e tem preferência por textos com fotos. NoBrasil, aVice opera o site princi- pal vice.comemais quatro “verticais”, como são chamados os canais espe- cializados: Noisey (música), Thump (música eletrônica), Motherboard (cultura da ciência e tecnologia) e The Creators Project (arte, criativi- dade e tecnologia). O foco nas plata- formas digitais levou ao fimda distri- buição da revista impressa, que circu- lava gratuitamente em locais frequen- tados pelos leitores. Ela foi transfor- mada em projeto especial. No ano passado, foi lançada a seção de esportes (Vice Sports). No final de 2015, o site passou a publicar repor- tagens que se encaixam em outras verticais existentes no exterior, como culinária (Munchies) e moda e estilo (i-D). SegundoDaniel Conti, a produ- ção desses conteúdos deve ser inten- sificada em 2016 e existe a possibi- lidade de introdução desses canais no país. O conteúdo de Fightland, a vertical de MMA que seria introdu- zida no país em 2014 conforme pla- nos relatados naquele ano, está sendo trabalhado dentro de Vice Sports. Dados de dezembro de 2015 mos- tram que a Vice Brasil teve naquele mês 2.150.351 visitantes únicos e 3.580.787 páginas visitadas. Para efeito de comparação, o portal Catraca Livre, que visa a faixadepúblico seme- lhante, registra média de 25 milhões de visitantes únicos. “Nossa relevân- cia émuitomais justificada pela forma com que ‘influencers’ se relacionam conosco e com nosso conteúdo, pelo nosso trabalho de curadoria e de enga- jamento”, diz Conti, preferindo dar aos números de audiência uma lei- tura qualitativa. “Costumamos dizer que a Vice é uma empresamuitomais de ‘share’ do que de ‘like’.” De todomodo, a operação brasileira fez uma recente mudança na gestão das suas redes sociais para ampliar audiência e alcance. Criou páginas locais no Facebook e no Twitter para postar o seu conteúdo, o que antes era feito apenas nos perfis globais. Mas ainda há pouca participação dos lei- tores e interação. Segundo Conti, a Vice vem aprimorando a aplicação de dados de business intelligence nas ações nasmídias sociais para se apro- ximar mais de seu público. Parcerias com a velha mídia O estabelecimento de parcerias com outros veículos para a distribuição de seus conteúdos faz parte da estratégia de amplificação de público e de forta- lecimento da marca Vice. No Brasil, o site temparceriacoma FolhadeS.Paulo , Catraca Livre, Brasil Post e outros por- tais e sites de “nicho”, que republicam materiais selecionados. O editor-executivo da Folha , Sér-

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