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REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 37 gio Dávila, diz que os conteúdos da Vice trouxeramuma “boa audiência” para o site do jornal, sem quantificá- -la. A Folha pretende ainda publicar textos na edição impressa e ampliar a parceria, que vem desde abril de 2015, para a produção de reporta- gens conjuntas. Para Conti, no novo cenário do mercado de mídia digi- tal o colaborativismo é um conceito cada vez mais comum. Nesse con- texto, umplayer que pudesse ser con- siderado um concorrente (em públi- co-alvo, por exemplo) pode ser um parceiro em projetos e em distribui- ção de conteúdo. Estar na mídia tradicional parece, em princípio, um contrassenso para um veículo que fala para um público da web e que, em certa medida, repudia os valores da velha mídia. Parece, ainda, o caminho inverso que a imprensa tradicional tenta sofrida- mente percorrer. Mas a Vice conse- gue fazer o exercício da convergên- cia digital aparentemente sem gran- des dificuldades e invade os espaços alheios oferecendo a contrapartida de renovação do público a grandes gru- pos de comunicação. Estratégia global DanielConti dizquecomo lançamento nos Estados Unidos da TV Viceland ( joint-venture com A&E), em 29 de fevereiro, a Vice passou a produzir conteúdo de qualidade para todas as plataformas. Ele diz ainda que a dis- tribuição de conteúdo em TV é uma estratégia global do grupo. “Há uma lacuna crescente na programação de TV destinada para jovens”, afirma. Ainda não há previsão de lançamento do canal por aqui, mas a operação bra- sileira já está colaborando com pro- dução local. OBrasil está entre os dez principais mercados globais da Vice e é o prin- cipal na América Latina. A filial man- tém suas atividades com o que fatura no país. Essa condição não permite que, por exemplo, o veículo aumente a frequência da produção própria de vídeos, que exige alto nível de inves- timento. Para isso, busca parcerias para expandir essa área em 2016. A crise que se abateu sobre toda a eco- nomia nacional fez a Vice Brasil adiar investimentos e planos de estrutura- ção. Algum fôlego deverá vir, segundo o CEO, do aporte feito recentemente pela Disney e que será em parte diri- gido às operações locais. Os jovens, de uma maneira geral, gostam do que leem e do que veem na Vice. Parecemmesmo não se inco- modar comessa história de conteúdo patrocinado, já que como em qual- quer publicação eles têm o direito de escolher o que querem ler ou não. Para o leitor da Vice, isso não des- merece a publicação, nem a torna menos crível. Pelo contrário, “tá lá de cara”, como diz Brás, 26, leitor da Vice Brasil, se a reportagem ou o vídeo é pago por alguma empresa. É isso. Preto no branco. ■ sandra muraki , 54, é jornalista. Os jovens não se incomodam com a história de conteúdo patrocinado, pois podem escolher o que querem ler ou não
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