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REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 43 cam reinventar o jornalismo, espe- cialmente para o públicomais jovem. Eles atraem milhões de leitores para seus sites e aplicativos para celulares e tablets. Tudo isso se combina para tornar osmeios de comunicação ame- ricanos cada vez mais centrados em seu público, na sua diversidade e em sua reação àquilo que é publicado. A ordem é encorajar os repórteres a interagir diretamente com o inter- nauta nas redes sociais. Dedicar-se a responder reclamações e publicar correções rapidamente. Esse pode ter sido o desejo dos agentes regulado- res, mas está acontecendo demaneira espontânea. Os Estados Unidos não exigem pré-requisitos para quem quer ser jornalista. Não há exigência de diploma em jornalismo, nem de experiência prévia. Na verdade, no mundo inteiro está cada vezmais difí- cil diferenciar jornalistas profissionais de blogueiros, ou de qualquer pessoa que publique notícias no Facebook ou no Twitter. Alguns de nós que já têmestrada no jornalismo podematé achar ruim, mas isso é um fato. No entanto, lá e em outros lugares tam- bém, a questão “quem-é-o-jornalista?” gera algumas dificuldades. A polícia não sabe para quemdar as credenciais de imprensa; os tribunais não conse- guem decidir quem está protegido pelas leis de sigilo da fonte. Mesmo assim, a crença é de que a definição de jornalista deveria ser ampla; no fim das contas, trata-se do exercício da liberdade de expressão, que é garan- tido pela Constituição americana a todos os cidadãos. Em resumo, as formas de regula- ção da imprensa vão variar muito de país para país. Mas, em todos eles, é possível limitar essa necessidade. O profissionalismo e a responsabili- dade por seu comportamento são a chave para isso. O que fazer na prática A Ethical Journalism Network, uma coalizãoglobal degruposde comunica- ção e de organizações de apoio ao jor- nalismodevárias regiões, que sededica a promover práticas de governança e ética jornalística, criouumpassoapasso comvárias medidas a seremadotadas pelos meios de comunicação. Dessa maneira, eles podem demonstrar aos governos e ao público que estão assu- mindo a responsabilidade por sua pró- pria regulação, no interesse da hones- tidade e da transparência. A Ethical Journalism Network faz as seguintes recomendações e observações: - Em primeiro lugar, estabelecer e divulgar códigos de ética que os jor- nalistas se comprometam a obedecer. Códigos completos, que incluam um canal de denúncias para violações. A Online News Association deve lan- çar em breve um projeto para ajudar as organizações que ainda não têm seus códigos de ética a editá-los [O projeto, chamado “Build Your Own Ethics Code”, foi lançado em setem- bro de 2015. Veja http://ethics.jour- nalists.org/ ]. - Segundo, criar canais acessíveis para que os leitores enviemsuas quei- xas. O sistema pode incluir ombuds- men e editorias do leitor que enca- minhem essas questões de maneira pública. A Organization of News Ombudsmen está desenvolvendo um trabalho interessante na área, que pode ser útil para quembusca progra- mas de treinamentopara ombudsmen. - Terceiro, a Ethical Journalism Network questiona se não haveria práticas mais eficientes contra o con- flito de interesses – não só emâmbito editorial, mas tambémnas diretorias. - Existe umsistema de autorregula- ção nosmeios de comunicação, existe umcódigodeéticacomuma todoseles? Existeumprocedimentopadrão, aces- sível ao público, para o encaminha- mento e a solução rápida de queixas? - E, por fim, existem representan- tes do público nos entes reguladores? Esses entes estão livres de interes- ses políticos e industriais? Os meios de comunicação são obrigados por contrato a respeitar as decisões des- ses entes? Esperoque esses comentários sobre a regulação da imprensa sirvam de provocação para ideias que possam ser debatidas em novas reuniões. ■ thomas kent é assessor da Ethical Journalism Network e editor da Associated Press.
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