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50 JANEIRO | FEVEREIRO | MARÇO 2016 Ai, que inveja! Com apoio do Boston Globe , o site Stat, o mais cobiçado noticiário de ciência dos EUA no momento, ganha seguidores e credibilidade ao unir ritmo ágil e independência por anna clark alguns meses depois de seu lança- mento, é mais evidente do que nunca que o site americano Stat (www.stat- news.com) é o novo projeto de comu- nicação de dar inveja. O veículo, dedi- cado à cobertura de temas de saúde, medicina e ciência, tem o apoio estru- tural de uma publicação tradicional – no caso, o jornal Boston Globe – e uma equipenumerosaque somapelomenos umséculodeexperiênciano jornalismo. Aomesmo tempo, oStat temuma agili- dade euma energia claramente empre- endedoras, bem como liberdade para buscar uma voz singular para si. Instalado no terceiro andar da sede do BostonGlobe , onde era o escritório do antigo publisher, o Stat também tem repórteres em Washington, em Nova York e emSan Francisco. Como publicou a CJR anteriormente, o Stat é o terceiro site independente lan- çado pela Boston Globe Media desde que John Henry comprou a compa- nhia, em2013. Os outros, BetaBoston e Crux, cobrem, respectivamente, a cena tecnológica da cidade e a Igreja Cató- lica. Mas o Stat é bemmais ambicioso que os outros dois. Nummomento em que surge nos Estados Unidos uma gama de projetos para tapar o cres- cente buraco aberto na cobertura jor- nalística de ciência e saúde, o Stat faz uma aposta pesada em conteúdo ori- ginal produzido por uma considerá- vel equipe de jornalistas tarimbados – e quer atingir um público mundial. Personalidade em evidência O site tem uma equipe permanente de cerca de 45 pessoas – pelo menos metade envolvida na geração de con- teúdo – e se vale, ainda, dos serviços regulares de vários freelancers. Aper- sonalidade do novo meio está em evi- dência diante de seus primeiros triun- fos, incluindo a newsletter Morning Rounds , de Megan Thielking, que é enviada diariamente por e-mail a assi- nantes do mundo todo às 6 da manhã e tem uma taxa de abertura de 48% ou 49%, segundo o editor executivo Rick Berke. Umperfil do biólogo Feng Zhang, 34, feito pela repórter sênior SharonBegley, foi o textomais lido até hoje; teve cerca de 100mil page views e achouumpúblico secundárioquando traduzido para o mandarim para uma publicação internacional. O Stat tam- bémenveredou pelo jornalismo “wat- chdog”comareportagemnaqualChar- les Piller mostrou como grandes ins- tituições de pesquisa rotineiramente descumprem normas de divulgação pública de resultados de ensaios clí- nicos. O texto teve boa repercussão tanto no meio jornalístico como no científico e, há pouco, foi citado pelo senador americano Charles Grassley, ao pedir que a agência americana de pesquisamédica, aNIH, melhorasse o processo de divulgação de testes clíni- cos com seres humanos. Mas talvez omais incrível, para um veículo que engatinha, seja que o Stat tem dinheiro – suficiente, por exem- plo, para enviar o repórter Andrew

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