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56 JANEIRO | FEVEREIRO | MARÇO 2016 Modelo de conduta O caso da repórter que ajudou a condenar mais de 100 estupradores nos EUA mostra que combinar jornalismo local, interesse de autoridades e apoio da sociedade pode dar certo por chava gourarie numaterça-feirapelamanhã , inte- grantes da “DNA Cold Case” – uma força-tarefadacidadeamericanadeCle- velandque investiga casos de violência sexual – fazia sua reunião semanal. Na sala havia investigadores, promotores, umperitocriminal, váriosprofissionais de apoio a vítimas. E uma jornalista: Rachel Dissell, repórter da publicação online The Plain Dealer e membro da dupla que em 2010 revelou que pilhas de caixas com o material colhido de vítimas de estupro (os chamados “rape kits”) vinham embolorando no depar- tamento de polícia de Cleveland. Dis- sell vem cobrindo o caso desde então. Como sempre, a reunião partiu com os casos mais urgentes – os crimes perto de prescrever – antes de tratar de outras investigações emcurso. Cle- veland não é a primeira cidade ame- ricana a enfrentar o estoque acumu- lado de “rape kits”, mas é umdos úni- cos municípios do país a investigar todo caso com tanto empenho. Desde 2011, quando o município começou a enviar os “kits de estupro” ao labora- tório forense do estado deOhio, quase todos os 4mil kits já foramanalisados. Desses, mais de 1.600 tinham DNA aproveitável. Em 350 casos, o agres- sor foi denunciado pela promotoria. Até setembro de 2015, mais de 100 estupradores tinham sido condena- dos, alguns por vários crimes. Timothy McGinty, o promotor do condado de Cuyahoga que criou e chefia a força-tarefa, diz que a inicia- tiva nasceu graças a Dissell e sua ex- -companheira de reportagem, Leila Atassi. “Quem começou isso foi a Rachel e a Leila”, declarou McGinty à CJR . “Se estamos onde estamos, é por causa delas.” O caso exemplar mostra como a combinação entre jornalismo local, interesse por parte das autoridades e apoio da sociedade pode tornar uma comunidademais segura. Bruce Sha- piro, diretor executivo do Dart Cen- ter for Journalism and Trauma, con- sidera o trabalho de Dissell um “uso extraordinariamente positivo do jor- nalismo investigativo”. Uma lei mais justa A história repercutiu além de Cleve- land e do condado de Cuyahoga. Uma lei promulgada emmarço de 2015 em Ohio exige que todo departamento de polícia do estado envie kits de estupro nunca analisados ao laboratório até meados do primeiro semestre de 2016. Daqui em diante, todo kit deverá ser analisado no prazo de 30 dias. Além disso, o caso de Cleveland vem cha- mando a atenção do país todo para o volume de “rape kits” até hoje sem
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