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REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 67 claro, mas poderia ser em qualquer outra universidade americana. Em Yale, tem gente cansada do fardo de falar pela raça. Entre os 5.400 alu- nos da graduação, há cerca de 10% negros, 10% latinos e 20% asiáticos. A controvérsia racial no campus volta e meia tem picos. Como aconteceu no início de 2015, quando um aluno negro, o filho do colunista do New York Times Charles Blow, foi indevi- damente mantido sob a mira de uma arma pela polícia. E há, ainda, a cres- cente tensão sobre questões como a diversidade do corpo docente. “Como é ser de uma minoria aqui?”. A per- gunta, incômoda, ultimamente não para de ser repetida. Depois da suposta discriminação na festa de uma fraternidade e de um debate trôpego sobre fantasias de Halloween e liberdade de expres- são, Yale foi tomada por protestos que atraíram atenção nacional. Alunos com quem falei estavam frustradís- simos com a cobertura da mídia, cuja tônica fora a supressãodessa liberdade. Para quem vive aquela realidade, fri- saram, o problema está unicamente no racismo institucional. Jornalismo estudantil O erro é achar que racismo e liber- dade de expressão estão em conflito. O racismo busca suprimir a voz de minorias, tanto no campus como fora dele. E, quando surge a questãoda livre expressão, o jornalismo deve apurar. Em debates sobre a liberdade de expressão, o politicamente correto e obstáculos ao entendimento racial, os meios de comunicação universitá- rios são parte essencial da história. A diversidade da equipe, a agenda e o processo de decisão editorial desses veículos durante as manifestações são uma via para a compreensão dos distúrbios em instituições como Yale. É notável a abundância dessas publicações. Vão do Yale Daily News ( YDN ), umdos jornais universitários mais aclamados do país, ao Down (o nome vem de “down for the cause”, expressão que quer dizer algo como “apoio à causa”), criado emparte como resposta à suposta hostilidade em ARQUIVO CJR
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