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REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 9 Center for Public Integrity e Pew Research Center Números fortes foi o valor das US$ 382 mil foi o total das doações US$ 14mil 59% 4,07 37% é o nível de apoio à liberdade de 5,73 2016nosEstadosUnidos, Trumpganhouvotos comaantipa- tiada imprensa.De todos os títulos importantesda imprensa americana, só um( The Las Vegas ReviewJournal ) o apoiou. AlgunsdeixaramdeendossarocandidatodoPartidoRepu- blicano pela primeira vez em muitos anos (143, no caso do Detroit News , 126 no do Arizona Republic ). Outros, como o USAToday , pela primeira vez na história resolveramapoiar um candidato. Paraquemainda acreditanopoder damídiademanipular a vontade das massas, esta eleição oferece sérios elementos para a dúvida. Se nos editoriais os veículos se posicionaram radicalmente contra Trump, nas seções de notícias e análi- ses, o fracasso foi indiscutível. Em parte mal direcionados pelas pesquisas de opinião, que tambémsofreramumaderrotabrutal nas urnas, amaio- ria dos jornalistas simplesmente foi incapaz de detectar a tempestade perfeita contra o establishment político que se armava entre os grupos demográficos de operários brancos epobres eque semanifestavanão sónovigor deTrump,mas também no de Sanders. Retroalimentadospormídias sociais, que funcionamcomo câmara de eco não só para receptores, mas também para emissores de mensagens, comentaristas e repórteres repe- tiam o que diziam para e ouviam de seu público. O descolamento entre jornalismo e sociedade, em parte decorrente de carência de reportagem, se tornou ostensivo neste pleito. O erro final veio com o resultado inacreditável. Da per- plexidade, a imprensa foi para a autoflagelação. Autocrítica é útil, emespecial emmomentos de crise.Mas é precisonão perder a perspectiva. A imprensa falhou, mas talvez por ter aplicado mal e pouco os seus próprios cânones. Épreciso avaliar o fracasso e aprender com ele. ■ OPRESTÍGIODOJORNALISMOsaiumais machucado do que nunca das urnas nos Estados Unidos, mas as planilhas de alguns veículos, especialmente os das redes de TV de notícias 24 horas, fortaleceram-se coma campanha elei- toral deste ano. TodooultrajeproduzidoporDonald Trump fez o interesse do público pelo pleito atingir níveis sem precedentes. Oprimeiro dos três debates entre ele e Hillary Clinton teve audiência de 84 milhões de pessoas, um recorde. O faturamentopublicitário conjunto de CNN, Fox News e MSNBC em 2016 vai passar de US$ 2 bilhões, aumento de 30% em relação ao ano passado. ACNNvai pela primeira vez emseus 36 anos no ar ultrapassar a barreira de US$ 1 bilhão. Em compensação, a confiança da sociedade na imprensa, medida anual- mentepeloGallup,registrouonívelmais baixo da história. Só 32% dos que res- ponderamàconsultadizemconfiarnela (a porcentagem era de 40% em 2015). Entre os simpatizantes do Partido Republicano, o grau de confiança cai de 32% no ano passado para 14% agora. ■ Redações perdem, mas empresas lucram IMPORTANTECOLUNISTAdo jornal The Washington Post , Dana Milbank, 48, escreveu que Trump não seria eleito porque o povo americano “é melhor do que ele” e, caso sua previsão não se cumprisse, comeriaa colunaemque a publicou. Os leitores cobraram, e ele cumpriu. O chef Victor Albisu, do restaurante Del Campo, da capital americana, pre- parou jantar de nove pratos, de inspi- ração hispânica, sobre os quais espa- lhou pedacinhos de papel que resul- taram da moagem que fez da página de jornal com a fatídica coluna. Denovo, obilionário saiuganhando. Milbank ajudou a digestão com um sauvignon blanc de rótulo Trump. ■ Colunista do Post come a própria coluna O DIA SEGUINTE dos usuários de mídias sociais nos EUA dizem estar frustrados com discussões políticas é a mediana desse índice; de jornalistas à campanha de Trump dos usuários de mídias sociais expressão nos EUA, de acordo com índice do Pew Research Center medido em 38 países nos EUA dizem estar cansados de consumir informação política; só 20% dizem gostar desse tipo de conteúdo 4,48 é o nível do Brasil no índice de apoio à liberdade de expressão, o que o coloca em 16º lugar, entre 38, acima de Tanzânia, Alemanha, Quênia e outros contribuições de jornalistas à campanha de Hillary Clinton (94% do total de doações dos profissionais do setor) os EUA estão em primeiro lugar, seguido de Polônia, Espanha e México.

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