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REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 19 LATINSTOCK/CORBIS ousodomedo comoarmaemcampa- nhas eleitorais se estabeleceuhámuito tempo e costuma ser bastante eficaz para candidatos que o exploram. Em geral, espalhar medo significa demo- nizar um segmento da sociedade: imi- grantes, sindicatos, afro-americanos, banqueiros – e, na campanha à Presi- dência dos Estados Unidos deste ano, a população muçulmana. O Tow Center for Digital Journa- lism, da Columbia Graduate School for Journalism, uniu-se à organização Democracy Fund Voice em um pro- jeto para investigar o elo entre terro- rismo, retórica política e atuação dos meios de comunicação, com atenção particular ao impacto sobre a popu- lação muçulmana-americana. Nas próximas páginas, publicamos textos sobre a influência de episódios recen- tes no ciclo político atual, que levam em conta essa relação. O objetivo é entendê-la melhor e envolver jorna- listas e empresas de mídias sociais no desenvolvimento de uma cober- tura mais adequada de episódios de terrorismo em um ambiente digital e instantâneo, para o benefício de toda a sociedade. Ataques violentos NosEstadosUnidos, odiscurso racista e as promessas xenofóbicas do candi- dato republicano Donald Trump fala- vam a um eleitorado já assustado pela suposta ameaça do terrorismo global. Ataques violentos no último ano – nos Estados Unidos e na França, emparti- cular – criaramumpano de fundo car- regado para uma campanha já polari- zada. Em dezembro de 2015, o comitê deTrumpsoltouumcomunicadosobre omassacreemSanBernardino, naCali- fórnia, por supostos simpatizantes do Estado Islâmico. Otextodizia: “Donald J. Trump defende a total e completa proibição da entrada de muçulmanos nos Estados Unidos até que as auto- ridades do país entendam o que está acontecendo”. Longe de minar sua campanha, a retórica alarmista de Trump condu- ziu-o a uma retumbante vitória sobre os demais candidatos republicanos. O sucesso inicial da candidatura de Trump pede um exame geral sobre o papel dos meios de comunicação na amplificação do extremismo divisivo Muçulmanas se reúnem para fazer suas orações em Istambul, na Turquia, onde 99% da população é de origem islâmica