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20 OUTUBRO | NOVEMBRO | DEZEMBRO 2016 edas inverdadesdisseminadasdurante sua campanha. Cobrir o terrorismo traz desafios próprios para organizações jornalísti- cas e, cada vezmais, para empresas de mídias sociais. Jornalistas e imprensa fizeram, ao longo da história, o duplo papel dedisseminar equestionarmen- sagensdecampanhaedeclaraçõespolí- ticas. Embora a divulgação de ataques terroristas cumpra o objetivo emsi do terrorismo – que é espalhar omedo –, impedirou limitar acoberturapodeali- mentar tanto a desconfiança demeios de comunicação quanto práticas anti- democráticas como a censura. Discurso tendencioso Na última década, uma série de plata- formas sociais veio juntar-se à grande imprensa na formação da discussão pública sobre o terror. Isso permitiu que candidatos políticos, propagandis- tas, ativistas e todo e qualquer cidadão contribuíssem para um debate polí- tico normalmente não mediado. Ao adentrar o território editorial, empre- sas de tecnologia vão ocupando uma posição cada vez mais importante e, às vezes, conflitante. Numa cúpula da Casa Branca sobre o combate ao ter- rorismo, Facebook, Google e Twitter foram participantes importantes. A escritora e advogada Rafia Zaka- ria analisa mecanismos de busca e redes sociais para mostrar como a retórica e o debate sobre muçulma- nos em relação ao terrorismo não só cria um discurso público tenden- cioso, mas, também, coloca muçul- manos-americanos em uma catego- ria especial entre os que são monito- rados, vigiados e discriminados pela lei. O jornalista Burhan Wazir inves- tiga episódios ocorridos nos últimos 20 anos para desvendar como a rela- ção entre terrorismo, mensagens polí- ticas e cobertura jornalística evoluiu. Charlie Beckett, diretor do centro de estudos jornalísticos Polis, da London School of Economics, examina nor- mas e diretrizes de cobertura e edi- ção jornalística durante ataques ter- roristas que poderiam ser criadas e modificadas para um mundo digital. Suas conclusões iniciais sublinham tanto a falta demelhores práticas uni- formes como a natureza dos desafios trazidos por umambiente jornalístico de conteúdo distribuído. Esses textos frisam a necessidade de uma robusta proteção dos direitos assegurados pela Primeira Emenda constitucional nos Estados Unidos e conclamam plataformas sociais a tra- var um diálogo regular com meios de comunicação sobre decisões editoriais e diretrizes de conteúdo. Somos gratos a todos aqueles que ajudarama formular e a executar esse projeto. ÀDemocracyFundVoice, que deuapoionopatrocíniodoprojeto. Aos editores Paul Harris e Nausicaa Ren- ner, que ajudarama preparar e a entre- gar os ensaios em prazos apertados. A Kathy Zhang, do Tow Center, por orquestrar a contínua atividade e even- tos nessa área. Eà equipe daColumbia JournalismSchool, da Columbia Jour- nalism Review e do Tow Center por sua incansável contribuição. É com interesse que acompanhare- mos a repercussão domaterial e dare- mos continuidade ao trabalho nessa área ao longo dos próximos meses. ■ Emily Bell é diretora do Tow Center for Digital Journalism na Columbia Journalism School e Humanitas Visiting Professor in Media no biênio 2015-2016 no Centre for Research in the Arts, Social Sciences and Humanities na University of Cambridge. A divulgação de ataques pode espalhar o pânico, mas impedir ou limitar a cobertura vai alimentar tanto a desconfiança como a censura Texto publicado no site www.cjr.org em 15 de setembro de 2016.

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