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REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 37 LATINSTOCK/CORBIS o terrorismo conta com a pro- pagação do medo. Isso significa que qualquer publicidade – inclusive pela imprensa – pode servir a seus objeti- vos. Acapacidade de terroristas de dis- seminar informações e recrutar aliados só cresceu com a ascensão de redes sociais. Recentemente, o Tow Center for Digital Journalism publicou três artigos sobre como devia ser a cober- tura do terrorismo pela imprensa. Outra iniciativa nossa foi reunir diretrizes concretas para jornalistas encarregados denoticiar umincidente potencialmente ligado ao terror. Parte delas nasceu de um painel em 22 de setembro de 2016 na New America Foundation intitulado Covering Ter- rorism: Civic Resilience in the Infor- mation Age. Algumas orientações: • Evitar adjetivos como “assusta- dor”, “horripilante” e “existencial”, disseopesquisador J.M. Bergernopai- nel NewAmerica. Os terroristas agra- decemouso, garante. Numtexto sobre diretrizes para jornalistas que cobrem terrorismo, CharlieBeckett afirmaque “rótulos como ‘lobo solitário’ ou ‘per- verso’ chamamatenção,mas têmpouco sentido em relação aos fatos. Em vez disso, incitamomedo e apelampara a reação emocional do público.” • “Somos todosmovidos pelodesejo de dar um furo, mas esses furos são muito perecíveis”, disse Shane Har- ris, correspondente do Daily Beast , no evento New America. “É grande a pressão para desco- brir a motivação da pessoa por trás do ato”, disse Peter Bergen, analista de segurança nacional da CNN. Ber- gen acrescentou que é responsabili- dade do jornalista e do governo dei- xar claro que a informação “segura- mente vai evoluir”. No caso das bombas detonadas no bairro nova-iorquino de Chel- sea, por exemplo, Bergen observou que o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, a princípio disse que o episó- dio não estava ligado ao terrorismo, e que o governador do Estado, Andrew Cuomo, afirmou que não havia nenhum elo com o terrorismo inter- nacional – declarações quemais tarde seriam questionadas. Bergen conti- nua: “Autoridades públicas diziam, pelo menos ‘em off ’, que provavel- mente havia uma célula envolvida”, População observa local, no bairro de Chelsea, em Nova York, onde ocorreu explosão em 17 de setembro de 2016, que deixou 29 feridos

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