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40 OUTUBRO | NOVEMBRO | DEZEMBRO 2016 Em respeito à opinião do público Projeto quer evitar fim da seção de comentários em sites e propõe abrir canais para estimular a participação e ajudar redações a se relacionar com leitores por nausicaa renner a rede pública de rádio americana NPR anunciou em agosto a decisão de extinguir a seção de comentários do site em favor de comentários em redes sociais, alegando que “o pró- prio público decidiu”. Numpost expli- cando a decisão, a ombudsman e edi- tora da rádio, Elizabeth Jensen, disse que apenas 0,06% dos usuários usava o espaço para fazer comentários. A suspeita daNPRé que quemescreve no site não representa bem o perfil demográfico dos ouvintes e que o ver- dadeiro debate viria sendo travado no Facebook, noTwitter e emoutras redes sociais. Devido ao custo do sistema e à pequena parcela de ouvintes que o uti- lizam, manter a seção de comentários simplesmente não vale a pena – e tam- pouco é viável – para a rádio. A NPR é a última de uma série de organizações jornalísticas que aboli- ram os comentários para deixar que a discussão ocorra em redes sociais. Proibir comentários, contudo, não é o ideal – pois a decisão também afeta um ladomuito positivo desse espaço, que é a oportunidade de travar con- tato com o leitor. Há comentadores dedicados – gente que poderia ser um grande recurso para repórteres e cuja contribuição merece destaque. Mas, na presente situação, organiza- ções quemantêmesse espaço perdem tanto tempo lidando com comentá- rios negativos e trolls que há pouca oportunidade para explorar críticas produtivas. Agora, uma iniciativa – The Coral Project (ou Projeto Coral), colabora- ção entre The New York Times, The Washington Post e a Mozilla Foun- dation bancada por uma doação de US$ 3,89 milhões da Knight Founda- tion (que também apoia o Tow Cen- ter for Digital Journalism) – está criando ferramentas de código livre para que redações domundo todopos- sampeneirar trolls e aproveitar a par- ticipação do leitor na cobertura jor- nalística. Ameta é ambiciosa: ampliar o leque de possibilidades de diálogo como leitor e dar, até a pequenas reda- ções, uma via fácil para administrar esse contato – algo emgeral reservado a meios que podem pagar por isso. O Projeto Coral, cujo nome foi ins- pirado na admirável capacidade de fil- tragem dos corais no oceano, come- çou como uma colaboração entre os

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