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48 JANEIRO | JUNHO 2017 REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 49 clusões inteligentes, formandoopiniões próprias. NoGoogleNews, por exem- plo, parte do nosso papel é identificar claramente o que é um artigo de opi- nião e quando um artigo tem verifica- çãode fatos. Através deparcerias como oProjetoCredibilidade (Trust Project), hojeemdesenvolvimentonoBrasil pelo ProJor, estamos colaborando comedi- tores paramapear todos os sinaismais relevantes da credibilidade, desde o veículo em que uma notícia foi publi- cada à profundidade de conhecimento sobre um tema por parte do jornalista que assina a reportagem. O objetivo do projeto é reimaginar como a notí- cia pode ser apresentada para o usuá- rio para que ele entenda o que há por trás de uma reportagem com maior credibilidade. A transição ao digital oferece tantas oportunidades quanto desafios. Hoje, todos os brasileiros com um celular na mão são potenciais consumidores de notícias. Cada vezmais publishers – como o BuzzFeed, Vice, Huffing- ton Post e, por que não, o New York Times , comseus mais de 2milhões de assinantes digitais – estão se valendo dessa oportunidade, e noprocesso tor- nando o ambiente da notícia cada vez mais competitivo. Há novas formas de contar histórias – por escrito ou por audiovisual, em realidade virtual ou ao vivo –, novas formas de intera- ção com populações e seus distintos interesses, novos modelos emixes de monetização. E, sim, o Google trabalha lado a lado de milhares de publishers no Brasil e no resto do mundo, desen- volvendo uma infraestrutura robusta e as ferramentas mais modernas pos- síveis necessárias para garantir que cada um deles maximize o retorno financeiro através demodelos de assi- naturas, paywalls e anúncios, aju- dando-os a entender e se conectar com seus leitores. Liberdade e democracia Em 2016, o Google repassou mais de 11 bilhões de dólares para publishers no mundo inteiro – centenas deles no Brasil –queutilizamas nossas platafor- mas demonetização. Essa cifra inevita- velmente crescerá à medida que mais verba publicitária migrar para as pla- taformas digitais, as quais têm a aten- ção crescente das pessoas no mundo inteiro. Abuscapor novosmodelos que geramescala e eficiência é fundamen- tal. No Brasil, trabalhamos comdiver- sos grupos de mídia – representando 15 jornais do país inteiro – na criação de uma rede de comercialização de publicidade online, de maneira con- junta, pormeio da plataforma progra- mática DoubleClick. Lançada no iní- cio de abril, aDigital Premiumreplica ummodelodeconsórciobem-sucedido nos Estados Unidos, que gerou cresci- mentode 30%na receita programática dos integrantes do grupo, após a con- solidação de inventário remanescente, sem alterar o esforço de venda direta que cada veículo já adota emsua estra- tégia comercial. Emmaio, a rede será aberta para novos integrantes. Também acreditamos que a web deve ser aberta, e que a marca de todos os publishers deve ser preser- vada e fortalecida fora das platafor- mas sociais que buscam criar “jar- dins fechados” na internet. Essa é a única forma de garantir que todo o ecossistema permaneça diverso e forte. Por isso o Google trabalha para que a internet aberta (open web) se fortaleça, num espaço sem frontei- ras, onde cada publisher tenha liber- dade de montar seu próprio modelo de conteúdo, distribuição e moneti- zação. Quando, junto com um grupo de publishers europeus, chegamos à conclusão de que a velocidade com a qual o conteúdo carregava em pági- nas cheias de anúncios estava desin- centivando usuários a consumir seu produto, lançamos o projeto AMP, em 2015. O AMP, que tem código aberto, é feito para melhorar a performance da web por meio de mudanças estru- turais em sua arquitetura. Hoje, mais de 2 bilhões de páginas em AMP já foram criadas, por 850mil domínios, e 35 milhões novas páginas são inde- xadas todas as semanas. No Brasil, um dos nossos merca- dos mais dinâmicos, no qual a ade- rência a todas as plataformas digi- tais está entre as mais fortes do mundo, temos várias parcerias com a imprensa. Alémdo Projeto Credibi- lidade do ProJor já citado, apoiamos a missão da Associação Nacional dos Jornais de preparar jornalistas para este novo mundo, já há quatro anos realizando treinamentosmassivos por todo o país. O programa de 2017 será focado, apropriadamente, na checa- gem de fatos. Apoiamos um projeto da Abraji, o CTRL-X, que tem por objetivo monitorar uma das práticas mais nocivas à liberdade de expres- são no Brasil, a supressão de informa- ções na internet por remoções judi- ciais. Em março, trouxemos para o país pela primeira vez uma edição do Newsgeist – uma “desconferência” da qual participaram cerca de 150 pes- soas de toda a mídia nacional, desde os grandes publishers às mais novas startups –, para debater desafios e pensar soluções. Dentre todas as ini- ciativas, a que terá maior impacto é a chegada ao Brasil este ano do Google NewsLab, uma área totalmente dedi- cada a trabalhar com redações para garantir o treinamento de jornalistas nas novas ferramentas, jornalismo de dados, realidade virtual e outras experiências imersivas e inclusivas. A verificação de fatos e construção de credibilidade são pilares do plano de trabalho do NewsLab. Há muito mais a ser feito, porque se temos uma certeza é que tudo vai continuar mudando, a uma veloci- dade cada vez maior. Quem pensa que é o Google, ou qualquer outra plataforma digital, que força essas mudanças está enganado: a força motriz desse ecossistema é – sem- pre – o usuário. No Google, onde haverá outros fenômenos disruptivos, como fake news , temos a certeza absoluta de que a única coisa que vem após um desafio é outro. No espaço do último ano, vimos mudanças drásticas: onde antes existiamdiferenças de opinião, hoje existem diferentes realidades. Neste mundo novo, a absoluta liber- dade de expressão proporcionada àqueles com livre acesso à internet precisa conviver com um ambiente de democracia, onde a diferença de opiniões e de ideias é comume o con- senso nem sempre é possível. Com consistência, continuaremos traba- lhando para cumprir nossamissão de organizar as informações e torná-las acessíveis e úteis a todos, pois ainda acreditamos que isso pode, sim, tor- nar o mundo melhor. ■ flavia sekles é diretora de comunicação do Google na América Latina. O conteúdo que circula pela web é produzido por pessoas com opiniões diversas e objetivos nem sempre isentos
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