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64 JANEIRO | JUNHO 2017 JM: Contratamos muitomais repórteres com traquejo no digital nosúltimos trêsanos.Égentequesabeque, paraescre- ver para a internet, é preciso ser um pouco mais prolífico. Mudou, também, nossamaneira de redigir e de abordar um tema. Ainda que haja certo gancho para um assunto, podemos dar a notícia de 100maneiras distintas. Vejamos o caso do problema de saúde daHillaryClinton: teve vídeo, combinação de vídeos, análise, minuto a minuto, narra- tiva. A gente fez o assunto avançar. Temos mais matérias do que nunca no digital. CJR: Percebi que a abertura digital, se é assim que vocês a chamariam, não tem necessariamente relação com a idade. Em linhas gerais, como vocês descreveriam quem é capaz de dar esse salto? JM: Diria que são as mesmas qualidades que fazem um bom jornalista, e ponto. A pessoa precisa só mudar um pouco omodo de pensar sobre as coisas. E se estivéssemos imprimindo uma edição do jornal a cada hora e suamaté- ria fosse sair na primeira página? É o que acontece hoje. Jornalistas são gente inteligente, entusiasmada, curiosa. Se tudo isso for aplicado do jeito certo ao jornalismo digi- tal, a coisa decola. Alémdisso, temos a grande sorte de ter umdosmelhores editores do mundo, o Martin Baron, que acredita no jor- nalismo digital e praticamente não fala sobre outra coisa. SP: Também temos um aplicativo chamado WebSked, que já chegou à redação e com o qual pela primeira vez há, basicamente, um comando central que per- mite aos editores saberem no que a redação toda está trabalhando – em vídeo, em fotografia, blogs. Você precisa inserir a hora emque vai terminar amaté- ria, quando acha que ela vai ficar pronta. À medida que essa hora se aproxima, a editoria vaimandar umaviso lem- brando que falta uma hora para o texto ser entregue e que você ainda nem terminou o terceiro parágrafo. Todo dia, você vê a curva de quantas unidades de conteúdo foram publicadas por hora. OMartin estipula a curva que quiser. Ele quer 30% do material pronto até 9 damanhã. Somos os primeiros a ser lidos. Queremosmover essa curva. Tema cultura e, depois, tem as ferramentas que permitem que a cultura floresça. CJR: Vocês falam muito de ter o foco no produto. Qual o produto aqui? O jornalismo? SP: Éparte dele, creio. Mas tudomais é igualmente impor- tante: as características do produto, se dá para salvar um texto para depois, se está nas plataformas, a velocidade, o “crash rate”. Tudo isso é parte do produto e, emúltima aná- lise, tem de andar de mãos dadas com o jornalismo. CJR: Em geral, jornalistas têm dificuldade para aceitar essa ideia de que o jornalismo é um produto, que não é só jornalismo. Acho que é uma mudança difícil para as pessoas. SP: A penetração e o entusiasmo em torno desse conceito são palpáveis no Post . O Bezos é um cara de produtos. Falamos com ele a cada duas semanas. É sobre isso que ele fala conosco. CJR: Não é tanto um cara do jornalismo. SP: Ah, sim, ele é umcara de produtos. E ter essa pessoa lá no alto facilita bastante a transição. As pessoas entendem o que se espera. Está no ar. Está na água. CJR: Mas acho que, se não houvesse alguém como o Martin Baron para equilibrar a coisa, o pessoal iria surtar. SP: Semdúvida. Estou 100% de acordo. E há exemplos no setor dessa abordagem do tipo “Vale do Silício”. Remédio em excesso acaba matando o paciente. ■ kyle pope é diretor de redação e publisher da Columbia Journalism Review . Se o leitor entrar num site bem mais rápido que os outros, com certeza, vai retornar Texto publicado na edição de outono/inverno de 2016 da CJR . no rádio no celular no computador ouça Tudo o que você gosta acontece aqui! EM 1º LUGAR NO PÚBLICO JOVEM! ANO 1 + DE metropolitanafm.com.br *Fonte: Ibope Easy Media 4 - Grande São Paulo - Jan/2016 a Mar/2017 - Idade: 10/29 - Todos os Dias - 05h-00h - Alcance 30 dias
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