REVISTA_de_JO_ESPM 20

REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 15 derados mais transparentes e respon- sáveis. Até onde eu sei, só existemuns cinco ombudsmans em tempo inte- gral nos Estados Unidos, três deles em órgãos públicos: na NPR (a organiza- ção nacional de emissoras públicas de rádio), na PBS (rede pública de televi- são) e no grupo do qual ela faz parte, a Corporation for Public Broadcasting. No Canadá, a situação é parecida: só existem cinco no país. Quatro deles são cargos de tempo integral, sendo que dois fazemparte daCanadianBro- adcasting Corporation. Os outros três estão em veículos impressos: o Globe & Mail , o Toronto Star e o Brunswick News – que tem um ombudsman em meio período. Na década de 1980, havia cerca de 45 pessoas nessa função somente nos Estados Unidos. Os cortes iniciaram quando omodelo econômico dos prin- cipaismeios de comunicação começou a desmoronar. A função de ombu- dsman passou a ser considerada um luxo que os veículos jornalísticos não podiam manter. Com o crescimento das redes sociais, surgiu uma ideia de que o público poderia se organizar sozinho para fiscalizar as redações. Foi esse o discurso do publisher do New York Times , Arthur Sulzberger Jr., quando ele anunciou emmaio que o NewYork Times estava extinguindo a função de ombudsman após 14 anos. O cargo fora criado para responder a umescândalo envolvendo o jornal em plágio e matérias forjadas. O jornal instituiu a função para reconquistar a confiança dos seus leitores. Ao acabar comela, Sulzberger afirmou no comu- nicado que o Times enviou por e-mail ao Poynter Institute (que se dedica a formar e aprimorar jornalistas e lei- gos em campos como ética, apuração e liderança na comunicação): “Hoje, nossos seguidores nas redes sociais e nossos leitores espalhados pela inter- net estão juntos para atuar como fis- cais modernos, mais atentos e capaci- tados do que uma pessoa sozinha con- seguiria ser. Nossa responsabilidade é dar voz a esses fiscais e ouvi-los, em vez de direcioná-los a um departa- mento específico”. Muita falácia No entanto, esse raciocínio é falacioso. É verdade que as redes sociais são um veículo importanteparaque as pessoas expressem suas preocupações e for- mem opiniões. Infelizmente, porém, as redes sociais costumamservirmuito mais para o linchamento do que para o debate.MichaelGetler, ombudsmanda PBS, escreveuemsua colunadedespe- dida: “Não faltamcríticosdemídiahoje emdia, especialmentena internet enas VERIDIANA SCARPELLI

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx