REVISTA_de_JO_ESPM 20
REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 21 reestruturada, e, a partir de 1962, já sob a direção de Alberto Dines, foram criadas as editorias, que se especia- lizaram na cobertura de temas como política, economia, esportes, cidade, internacional. A editoria de fotografia foi tambémummarco na mudança. A reforma teve grande impacto e ser- viu de exemplo para as transforma- ções subsequentes da imprensa bra- sileira. O JB começou a ser lido pela elite política e empresarial. Segundo Cecilia Costa, autora da biografia OdyloCosta, Filho: OHomem com uma Casa no Coração (Relume Dumará/Prefeitura, 2000), o jorna- lista saiu do jornal em dezembro de 1958 – e a reforma continuou sob a orientação de Amilcar de Castro, Janio de Freitas, Wilson Figueiredo, Carlos Lemos e outros. Em entrevista ao Centro de Pes- quisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), realizada emdezembro de 1997, Dines declarou que essa “foi a mais impor- tante reforma gráfica feita no Brasil”: O jornal não só tirou os fios que sepa- ravam as colunas como passou a usar o branco, a abrir as fotos de qualidade, e a publicar textos mais elaborados – e aí sofreu a influência do Diário Carioca , porque grande parte das pessoas que estavam lá tinham passado pelo Diário Carioca ou pela Tribuna da Imprensa , que tambémera filha do Diário Carioca . Então, realmente, essa reforma do Jor- nal do Brasil foi uma das coisas mais importantes da imprensa brasileira. Projeto em curso A ideia de criação dos Cadernos de Jornalismo , segundo Dines, ocorreu durante o curso de extensão de três meses que foi fazer na Columbia Uni- versity, emNovaYork, emsetembro de 1964. O curso era voltado para edito- res de jornais latino-americanos. Para Dines foi a primeira experiência em uma universidade. O curso possibili- tava que os estudantes, em grupo de três, escolhessem jornais onde fazer uma visita prolongada. Dines se jun- tou a um jornalista argentino e outro da Colômbia. Os três estiveram no Los Angeles Times e, depois, já sozi- nho, Dines foi para o NewYorkHerald Tribune e o NewYork Times . Ao voltar para o Brasil tinha a ideia de aprovei- tar essa experiência. Uma das coisas que marcaram sua visita foi o que viu no NewYork Times : ummural enorme feitopela redaçãoque sechamavaWin- ners and Sinners. Vencedores e peca- dores. Omural apresentava comentá- rios sobre matérias publicadas pelo jornal, erros, críticas etc. A direção do Jornal do Brasil , logo que Dines voltou dos Estados Uni- dos, incentivou-o a preparar algo de inovador. A inovação não pode- ria ser um mural, mas deveria ir na mesma direção. Dines falou então com Fernando Gabeira, que diri- gia o Departamento de Pesquisas do jornal e propôs que ele participasse da criação dos Cadernos de Jorna- lismo . A empresa JB tinha uma grá- fica pequena, e Dines conseguiu com o gerente da gráfica a impressão dos Páginas dedicadas a aprimorar a profissão REPRODUÇÃO
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