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REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 27 dade e propaganda, editoração, entre outras. A pedra-mor desse largo edi- fício foi a do jornalismo empresarial. Padrão profissional Descrevo como entramos nessa rota. Vindos de Recife, chegamos a São Paulo em maio de 1967, convi- dados por Otavio Frias, para fazer os Suplementos Especiais. Um sucesso editorial e de publicidade. Uma equipe composta, no início, por não mais que oito pessoas, veio a se trans- formar em um grupo com cerca de cem profissionais, entre jornalistas, publicitários, pesquisadores e cola- boradores, sob o comando de Cala- zans Fernandes. Chaparro, braço direito de Cala- zans, havia sido assessor de imprensa da Superintendência do Desenvolvi- mento do Nordeste (Sudene). Che- gara ao Brasil em 1961, pressionado pela ditadura salazarista emPortugal. Recebeu o convite de dom Eugênio Sales, na época bispo de Natal, para trabalhar no jornal A Ordem , da dio- cese. Um jornal que deixou profun- dasmarcas, transformando-se no veí- culo de maior destaque do Estado. Fazia jornalismo de vivência e inves- tigação. Já a passagem de Chaparro pela Sudene se destacou pela contri- buição dada à estruturação de uma área – assessoria de imprensa –, para a qual garantiu padrões profissionais. Rompia comvelhas práticas (entre as quais, os jetons) quemarcavam (man- chavam) a atividade. Os Suplementos Especiais foram extintos ao final de 1969, após desa- venças entre os sócios da Folha , Otá- vio Frias e Carlos Caldeira Filho, este contrário àquele empreendimento. No olho da rua, embarcamos na canoa da Proal, que nascia sob nossa fé e apenas um cliente, a Ultragaz, para a qual passamos a fazer o jornal interno Ultragazeta , transferido ao Chaparro por Joelmir Beting, seu primeiro fei- tor, que assumia importante coluna na Folha de S.Paulo . No final dos anos 1960, o Brasil res- pirava ares do período autoritário. O medo reinava nos ambientes internos, e as estruturas de recursos humanos controlavamprofissionais contratados de todas as áreas. Vivia-se, portanto, sob o clima da comunicação vigiada. Em meados dos anos 1970, o mer- cado de trabalho jornalístico dava sinais de saturação. Os profissionais Nos anos 1970, os Cadernos promoveram uma pauta variada em torno da comunicação de massa CRÉDITO DE FOTO REPRODUÇÃO

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