REVISTA_de_JO_ESPM 20
30 JULHO | DEZEMBRO 2017 mos como espelho os Cadernos de Jornalismo e Comunicação de O Jor- nal do Brasil . Um marco na histó- ria do jornalismo brasileiro. (Lem- bremos que o Jornal do Brasil foi a maior referência de qualidade jorna- lística do jornalismo nacional, prin- cipalmente durante o longo período em que sua redação foi dirigida por umdos maiores jornalistas, o grande Alberto Dines. A era Dines fez histó- ria. Lançado no dia 9 de abril de 1891, o Jornal do Brasil chegou ao seu perí- odo áureo [fins dos anos 1950 até a primeira metade dos 1980] marcado por uma inovadora reforma gráfica, consolidada e aprimorada durante os tempos de Dines. O JB influenciou não só os outros jornais, mas também uma geração de jornalistas vindos de diversas regiões do Brasil. Foi o guia de toda uma geração de jornalistas, entre os quais posso me incluir.) Pinço esse depoimento de umtexto de Mariluce Moura e Carlos Edu- ardo Lins da Silva, na Pesquisa Fapesp , sobre a contribuição de AlbertoDines ao jornalismo no Brasil: A considerável contribuição abriga desde os Cadernos de Jornalismo e Comunicação editados pelo Jornal do Brasil nas décadas de 1960 e 1970, ao clássico OPapel do Jornal , livro de 1974, do exame acurado a que submeteu os veículos de comunicação brasileiros na coluna Jornal dos Jornais da Folha de S. Paulo , na segunda metade dos anos 1970; ao contemporâneo Observató- rio da Imprensa , iniciado no final dos anos 1990. Dines tem feito e aomesmo tempo pensado com rigor o jornalismo brasileiro, quase ininterruptamente, há seis décadas. Isso em paralelo a toda a sua experiência em organizar reda- ções, de par coma capacidade de inven- tar veículos. E, claro, nos breves inter- valos, escrever livros soberbos, como Morte no Paraíso , de 1981, e Vínculos do Fogo , de 1992, biografias de Stefan Zweig e de Antônio José da Silva, o Judeu, respectivamente. O formato dos Cadernos Proal , em sua primeira fase, assemelhava-se ao formato dos Cadernos de Jorna- lismo e Comunicação do JB , de 22,5 cm (altura) x 16 cm (largura). Objetivos e métodos Opropósito dos Cadernos Proal estava anunciado no texto de apresentação: “Partir para a institucionalização definitiva desse tipo de jornalismo especializado”. Ali estava registrada a criação do Cepeje, um setor dedi- cado ao estudo desse segmento. O embrião dessa ideia surgiu por oca- sião do Segundo Congresso Brasileiro da Associação Brasileira dos Editores de Revistas e Jornais Empresariais (Aberje), que se transformou, depois, emAssociação Brasileira de Comuni- cação Empresarial. A Aberje foi criada em 1967 por um grupo de profissionais que atu- avam em comunicação empresarial, tendo à frente Nilo Luchetti, chefe de relações sociais da Pirelli e editor da revista Notícias Pirelli . Em sua pri- meira fase, a entidade concentrou- -se na profissionalização das publi- cações de empresas. Pois bem, naquele congresso apre- sentamos os fundamentos centrais do jornalismo empresarial, material veiculado no primeiro número dos Cadernos Proal : “Jornalismo empre- sarial: objetivos, métodos e técnica”. Ali se apresentavam os “Manda- mentos do jornalismo empresarial”. 1 - O veículo deve ter seus objeti- vos claramente definidos; 2 - As regras gerais do jornalismo adaptam-se perfeitamente ao jorna- lismo empresarial; 3 - Para ganhar um tratamento pro- fissional, o veículo deve ser entregue a profissionais; 4 - Cada edição deve ser planejada para que a qualidade possa ser pre- viamente garantida; 5 - A qualidade gráfica do veículo pode vender uma boa imagem da empresa; 6 - Para o veículo entrar nos hábi- tos do leitor deve ter periodicidade regular; 7 - A distribuição do veículo garante também o seu sucesso; 8 - Veículo que não muda pode criar desinteresse. Esse primeiro conjunto de regras simples passou a nortear as nossas ati- vidades na Proal, numa época carente de teoria. O “mandamento” número
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